Comissão de Valores Mobiliários segue até 31 de janeiro com sua consulta pública para definir regras exclusivas para este tipo de fundo, o que o tornará juridicamente mais seguro e tecnicamente mais atraente para o mercado.
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Já pensou em alocar recursos em um Fiagro multimercado? Pois bem, essa possibilidade está próxima de se tornar possível. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) segue até 31 de janeiro com sua consulta pública para definir regras exclusivas para este tipo de fundo, o que o tornará juridicamente mais seguro e tecnicamente mais atraente para o mercado.
Como se sabe, atualmente, o Fiagro funciona com base em uma regra provisória, que permite sua existência em três diferentes formatos: Fundo de Investimento Imobiliário (FII), Fundo de Investimento em Participações (FIP) e Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC).
Acontece que, como só são aceitos os três tipos, obrigatoriamente cada fundo tem que investir nos ativos que lhe darão a denominação oficial. Temos que considerar que a decisão da CVM levou em consideração a experimentabilidade do novo produto, lançado em 2021. Dois anos depois, já se sabe que o Fiagro foi bem aceito e que é possível dar aos gestores a opção de criar carteiras mais diversificadas.
Essas carteiras são aquilo que o mercado passou a chamar de “Fiagro multimercado”. Se após a consulta pública ficar claro que o mercado aprova a ideia, será possível a criação de fundos compostos com ativos bem diversificados, sendo possível ter um único Fiagro com diversas estratégias. Uma ideia muito boa porque aumenta as possibilidades de tornar o fundo mais rentável e seguro.
É claro que essa novidade, se aprovada, terá de vir com a exigência de mais informações aos investidores porque esse tipo de Fiagro tenderá a ser mais complexo do que os já existentes, considerando a tese de sua originação. Aproveito para lembrar que além do Fiagro multimercado, a CVM também quer criar Fiagros específicos para quem gosta de investir em ativos sustentáveis.
Em meu ponto de vista, a CVM acerta em fazer estas propostas não só pela diversificação do Fiagro em si, mas porque ela vem junto com as necessidades do país em aumentar o fomento à produção agroindustrial e, melhor, fazê-lo de forma cada vez mais sustentável. A própria política econômica do Estado brasileiro se apoia no bom desempenho do agro e precisa, até por pressão externa, contar com mais e mais empreendimentos dentro dos padrões ESG. Não há recursos suficientes nos cofres públicos nem no mercado financeiro tradicional. Com as medidas da CVM, no médio e longo prazos o Fiagro poderá tomar a dianteira como principal mecanismo de crédito para o setor.
E para quem acha essa previsão um tanto exagerada, basta observar os números para se convencer. No geral, a indústria de fundos não tem tido um bom desempenho ao longo de 2023. Enquanto a maioria deles apresentam captações líquidas negativas, os Fiagros têm registrado mais depósitos do que saques. Para se ter ideia, em janeiro deste ano, o montante captado era da ordem de R$ 10,2 bilhões. No final de outubro, já havia chegado a R$ 15,8 bilhões. Atualmente existem 96 fundos no mercado, segundo dados da Anbima.
As novas regras permitirão a originação de muitos outros, atendendo a uma quantidade bem maior de perfis de investidores. Assim, a captação deverá aumentar em uma velocidade ainda maior, transformando o Fiagro na principal ferramenta do mercado de capitais para assumir, no futuro, o protagonismo do fomento à cadeia produtiva do agronegócio brasileiro.
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Quanto mais intensa for a intercooperação, maiores serão as conquistas do sistema cooperativista e melhor cumpriremos a nossa a aspiração social.
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Há um crescente nível de especialização nas diferentes atividades profissionais e empresariais em volta da qual se organiza a dinâmica economia catarinense. Em boa parte dos setores operam empresas de natureza cooperativista, cumprindo múltiplos objetivos, como prestação de serviços, oferta de produtos duráveis e não-duráveis, criação de empregos, geração de renda, etc.
Há anos, as cooperativas permeiam os cenários social, cultural e econômico de Santa Catarina. Ao longo desse período, se tornaram empresas consolidadas, atuantes e vanguardistas. O cooperativismo catarinense passou a ser reconhecido pelo público e pelos organismos nacionais do setor como um dos melhores do Brasil.
Alguns números de dezembro de 2022, do último relatório de atividades, revelam essa pujança: as 250 cooperativas registradas na Ocesc reúnem 3,9 milhões de cooperados e movimentam R$ 82,8 bilhões por ano nas mais diversas atividades econômicas. Se considerarmos que cada cooperado (associado) representa uma família, constataremos que mais da metade da população do estado está ligada ao cooperativismo.
Fatores históricos ajudam a explicar este fenômeno. O primeiro deles é a vocação dos imigrantes para as diversas formas de associativismo, dos quais o cooperativismo é o mais expressivo e o que produz melhores resultados. Outro fator determinante é o modo de atuação em rede, aquilo que se convencionou chamar de intercooperação.
O sexto dos sete princípios do cooperativismo mundial preconiza a parceria, a ação conjunta, o relacionamento institucional, político e comercial entre as cooperativas. Esse princípio é necessário e estratégico na era da intensa especialização das atividades. As cooperativas procuram constituir múltiplas parcerias, de modo que cada uma se concentra em sua competência, e busca nas co-irmãs a complementariedade necessária para atingir os objetivos em comum.
O grau de intercooperação é um dos principais fatores existentes para traduzir com fidelidade o nível de desenvolvimento de um sistema cooperativista entre as sociedades que o constituem. A intercooperação estabelece um relacionamento horizontal das cooperativas singulares, mais profícuo que o relacionamento vertical que mantêm com as centrais, federações e confederações. Aqui se sobressai o sentido de rede, de verticalidade, de harmonia e integração da base operacional com as estruturas de fortalecimento e de planificação e defesa institucional do setor.
A Ocesc estimula a cultura da integração, do cooperativismo como doutrina que pode e deve envolver todas as áreas da atividade humana, de forma a valorizar o trabalho, estimular a solidariedade, premiar a participação e recompensar o esforço individual focado no compromisso coletivo. Isso inclui educar os cooperados, encorajar os dirigentes sobre os benefícios da intercooperação e colocar em marcha ações que otimizem o uso das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais. Quanto mais intensa for a intercooperação, maiores serão as conquistas do sistema cooperativista e melhor cumpriremos a nossa a aspiração social.
Várias pragas podem ocorrer apenas na soja ou no milho, porém algumas podem ocorrer em ambas as culturas, embora possam causar danos em diferentes estádios de desenvolvimento das plantas. Isso reforça a necessidade de analisar o manejo de pragas com uma visão holística nos sistemas de produção agrícolas e não de forma desmembrada
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A cultura da soja pode ser danificada por insetos-pragas desde a emergência das plantas até a maturação dos grãos, o mesmo sendo verificado para o milho de segunda safra cultivado em sucessão a esta leguminosa. Várias pragas podem ocorrer apenas na soja ou no milho, porém algumas podem ocorrer em ambas as culturas, embora possam causar danos em diferentes estádios de desenvolvimento das plantas. Esses são os casos da lagarta-elasmo, Elasmopalpus lignosellus; o percevejo-marrom, Euschistus heros; o percevejo-barriga-verde, Diceraeus melacanthus; a mosca-branca, Bemisia tabaci, e algumas espécies de lagartas, como Spodoptera frugiperda.
A lagarta-elasmo ocorre na cultura da soja, geralmente nos estádios iniciais de desenvolvimento das plantas. Após a eclosão dos ovos, as pequenas lagartas podem penetrar no talo das plântulas para a alimentação. Isso provoca a obstrução nos vasos responsáveis pelo transporte de água e de nutrientes para parte aérea da soja, causando, como consequência, murcha e morte das plantas e afetando, assim, o estande inicial da cultura. Uma mesma lagarta-elasmo pode atacar até quatro plântulas de soja durante seu estádio larval. Na cultura do milho, essa praga causa danos similares com relação aos aspectos nutricional e de mortalidade de plântulas; contudo, o seu dano pode destruir o meristema apical de crescimento da planta, causando o sintoma conhecido como “coração morto”. O controle da lagarta-elasmo, tanto na soja como no milho, é realizado por meio do tratamento de sementes com inseticidas. A pulverização de plantas não tem sido eficiente em função do local de ataque da praga, o que dificulta o acesso da calda inseticida.
Percevejos fitófagos
Os percevejos fitófagos causam danos na cultura da soja em decorrência do ataque às vagens e aos grãos em desenvolvimento. Além de perdas quantitativas no rendimento, pode também ocorrer perdas na qualidade dos grãos ou das sementes produzidas, tornando-os “chochos” ou contaminados por fungos. No caso de sementes, pode causar redução do vigor e do poder germinativo. Além dos danos às sementes, os percevejos fitófagos podem causar retenção foliar nas plantas de soja no final do ciclo da cultura, o que dificulta a realização da colheita. Tanto o percevejo-marrom quanto o percevejo-barriga-verde podem ser daninhos à soja, sendo o marrom o que ocorre normalmente em maior intensidade na região do cerrado brasileiro. O controle dessas pragas na soja é realizado basicamente por meio da aplicação de inseticidas químicos e/ou biológicos, em pulverização. No caso do controle químico, sugere-se colocar 0,5% de sal (NaCl) na calda inseticida (500 g/100 L de água), pois essa ação pode incrementar de 10% a 15% a mortalidade dos percevejos na pulverização.
Já na cultura do milho, os percevejos fitófagos causam danos apenas nos estádios iniciais da cultura, por meio da inserção dos seus estiletes, presentes no aparelho bucal sugador, que penetram através da bainha até as folhas internas das plântulas recém-emergidas e causam perfurações nas folhas, encharutamento, perfilhamento e até mesmo a morte das plantas, podendo, assim, reduzir o estande da cultura ou o potencial produtivo da planta. Plantas de milho com até três folhas são altamente sensíveis ao ataque dos percevejos, ao passo que com seis ou mais folhas já são tolerantes ao ataque dessas pragas. Tanto o percevejo-marrom quanto o barriga-verde podem causar essas injúrias no milho, tendo este último maior potencial de danos na cultura do que o primeiro. O controle de percevejos fitófagos no milho deve ser realizado com a aplicação de inseticidas nas sementes, especialmente com neonicotinoides, e em pulverização, nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura.
Mosca-branca
A mosca-branca é outro inseto sugador que também pode atacar a soja e a cultura do milho, podendo ocorrer diferentes biótipos, dependendo da região de cultivo. Na soja, tanto os adultos quanto as ninfas podem causar danos diretos pela sucção contínua da seiva no floema das plantas. Em adição, durante a sucção, esses insetos expelem um exsudato açucarado (honeydew) sobre as folhas da soja, deixando-as propícias para o desenvolvimento de um fungo de coloração escura do gênero Capnodium, que causam a fumagina. Este escurecimento promove a queima e a queda das folhas de soja, devido à maior absorção da radiação solar.
Se esses danos ocorrerem na fase de enchimento de grãos, os prejuízos poderão ser intensificados na cultura. Além dos danos diretos, provenientes da alimentação no floema, a mosca-branca pode ser vetor de vírus como o da necrose da haste, doença esta que pode reduzir o potencial produtivo da soja. Já na cultura do milho, a mosca-branca foi constatada somente no ano de 2013, em Goiás, no Distrito Federal, na Bahia, em Mato Grosso e em Minas Gerais. Esta primeira constatação em milho proporcionou um estudo detalhado da população da mosca-branca, que foi posteriormente identificada como o biótipo B por meio de marcadores moleculares.
Os danos da mosca-branca no milho são similares aos causados na soja, ou seja, sucção da seiva no floema e predisposição da planta à fumagina. Este fato evidencia uma adaptação dessa praga ao sistema de cultivo soja/milho, como aconteceu no passado com os percevejos. O controle da mosca-branca, tanto na soja quanto no milho, deve ser realizado com inseticidas químicos, em pulverização, tendo como adjuvante o óleo mineral.
Lagartas
Finalmente, as lagartas, especialmente da espécie S. frugiperda, podem ocorrer tanto na soja quanto na cultura do milho. Na cultura da soja essa praga pode causar desfolha ou atacar as vagens, consumindo os grãos em desenvolvimento.
No milho, causam geralmente desfolha, especialmente no cartucho das plantas, bem como podem atacar as espigas na fase reprodutiva.
O controle dessa lagarta, tanto soja quanto no milho, pode ser realizado com a aplicação de diferentes inseticidas químicos e biológicos. Uma ótima alternativa biológica é o uso de
Baculovírus spodoptera, um produto eficiente, seletivo para inimigos naturais e que está disponível no mercado por várias empresas.
Um detalhe importante para garantir boa eficiência no controle de S. frugiperda é o volume de calda na pulverização, que deve ser o maior possível, especialmente na cultura do milho. Plantas de soja Bt não apresentam controle eficaz das lagartas de S. frugiperda, porém, no caso de milho, dependendo do hibrido utilizado, é possível conseguir controle satisfatório com essa tecnologia.
Diante do exposto, pode-se concluir que várias pragas podem ocorrer e causar danos, tanto na cultura da soja quanto no milho cultivado em sucessão a essa leguminosa. Isso reforça a necessidade de analisar o manejo de pragas com uma visão holística nos sistemas de produção agrícolas e não de forma desmembrada, observando apenas as culturas separadamente.
As expectativas são de um crescimento do PIB inferior ao observado em 2023, cerca de 1,5% a menos. Em um cenário mais otimista, é esperado um crescimento nas vendas de máquinas e equipamentos, ao redor de 3% e no cenário base estabilidade na receita líquida de vendas.
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Em termos práticos, 2024 será o que conseguirmos fazer dele. O que for possível dentro das atuais condições em que nos encontramos e apoiando em todas as frentes o setor de máquinas e equipamentos e a indústria de transformação.
Para o ano de 2024, em razão do desempenho mais fraco da atividade econômica – as expectativas são de um crescimento do PIB inferior ao observado em 2023, cerca de 1,5% a menos. Esperamos, no cenário mais otimista, um pequeno crescimento nas vendas de máquinas e equipamentos, ao redor de 3% e no cenário base estabilidade na receita líquida de vendas. As taxas de juros em queda, mas ainda em níveis elevados, deverão continuar comprometendo os investimentos em máquinas e equipamentos. O cenário otimista considera a hipótese de melhoria nos investimentos públicos em razão das eleições municipais e andamento mais célere dos projetos relacionados aos programas Minha Casa Minha Vida e PAC.
Em 2023, no entanto, em que pesem todos os esforços para apoio e fomento à neoindustrialização da indústria brasileira, o setor de máquinas e equipamentos deverá encerrar o ano com faturamento de R$ 290 bilhões, uma queda de 9% em relação ao ano de 2022 que já havia registrado queda de 5,9%.
Estudos indicam que o desempenho mais fraco deste ano esteve relacionado à piora das vendas no mercado interno. As receitas líquidas de vendas direcionadas para o mercado local deverão encolher 15% enquanto as receitas oriundas de exportação, deverão crescer 15% em dólares ou 8% em reais.
E devemos ressaltar que não foi só a aquisição de máquinas produzidas localmente que teve o volume de aquisição reduzido em 2023, os dados de consumo aparente, soma do resultado de produção direcionada ao mercado local com as importações de máquinas e equipamentos realizadas no período, deverão encolher 10% em 2023. Mas, nas importações, a queda deverá ser de 2,7% enquanto a produção para o mercado local, deve cair 15%. Por essa razão, no ano a produção local deverá perder cerca de 3,5 pontos percentuais do market share nacional.
No entanto, vamos insistir em 2024 no esclarecimento ao governo da necessidade de redução do Custo Brasil, na necessidade de depreciação acelerada; na alteração na lei que instituiu a TLP; linhas de crédito adequada ao setor, redução da taxa de juros; inviabilização da Abertura comercial de produtos siderúrgicos; e na reforma tributária, cuja aprovação promoverá redução importante da cumulatividade, tornando o processo mais transparente, menos oneroso, beneficiando a competitividade das empresas brasileiras nacionais frente aos concorrentes internacionais, acelerando o crescimento do País. Estudos de impacto divulgados indicam aumento do PIB potencial do Brasil de 20% em 15 anos em razão, principalmente, do aumento da produtividade e dos investimentos ao longo do período.
Vamos acreditar que 2024 trará o crescimento resultado de todo esse trabalho da Abimaq em benefício do setor.
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