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O Banco Mundial projeta uma desaceleração na economia da China em 2024, muito em função dos riscos no mercado imobiliário.
Sendo assim, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 4,5% em 2024 e 4,3% em 2025, contra o avanço estimado de 5,2% em 2023.
Por outro lado, fica a dúvida sobre o que esperar para apetite dos chineses no mercado internacional, principalmente quanto ao agronegócio.
Na visão de Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, há de fato muita preocupação quanto ao setor imobiliário, mas há muita “bala na agulha” para novos estímulos fiscais do Governo.

“A depender da renda que estiver circulando no mercado chinês, isso condicionará o consumo de proteína animal. Com relação às importações, é possível imaginar que o país demandará menos carne, porque eles já operam em um patamar alto, quebrando recordes nos últimos 3-4 anos, então há expectativa para um arrefecimento, principalmente pelo consumo de carne suína”, explica.
Serigati afirma que os chineses vão buscar essa proteína em outros fornecedores no mercado internacional. “Quando olhamos para o Brasil, há alguns pontos de interrogação, mas devemos exportar bons volumes de carne suína e bovina, já que entre os países que exportam ao gigante asiático, como Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, contamos com a carne mais competitiva”, analisa.
Outra dúvida fica por conta de como a Argentina deve operar no mercado internacional. “Nossos hermanos tinham dificuldade em competir conosco em termos de custo, mas principalmente devido às restrições que o próprio governo argentino impunha. Agora, com Javier Milei, não sabemos o que deve acontecer”, diz.
Mesmo que o apetite se mantenha vigoroso, o pesquisador destaca que haverá uma oferta menor de grãos do Brasil. “Na Argentina, por outro lado, há expectativa de uma safra volumosa, que compensará as nossas perdas produtivas, acessando mais o mercado chinês”, discorre.
Entretanto, Serigati destaca que a China exportará o farelo de soja, ou seja, o grão já esmagado, sendo que os chineses não querem comprar o grão dessa forma. “Eles já tem unidades produtivas para fazer esse esmagamento. Mas de forma geral, eles vão continuar sendo nosso principal mercado exportador”, pondera.
Para Hsia Hua Sheng, vice-presidente do Bank of China (Brasil) S.A. e professor associado de finanças na Fundação Getulio Vargas (FGV- EAESP), a demanda para China não deverá crescer, mas o que deve acontecer é uma maior oferta para China em 2024.
“No fim de 2023, houve uma reaproximação dos Estados Unidos, o que resulta em uma maior liberação de importação de agronegócio, principalmente de países como a Austrália. Com maior oferta, a compra será mais pulverizada. Com mais fornecedores, empresas que fazem apenas exportação podem ser prejudicadas”, pontua.
Por fim, segundo Sheng, companhias como JBS (JBSS3), Suzano (SUZB3) e Vale (VALE3) não sofrerão, já que estão bem inseridas no mercado asiático. “Para as empresas do agro, que tem investido na customização de produto e participado na cadeia produtiva da China, o impacto será menor”, diz.
“Com mais fornecedores para o mercado chinês, haverá maior competição de preços. Por isso, empresas de agro do Brasil, de grãos por exemplo, que vendem porto a porto, sofrerão maior competição de preço”, explica Sheng
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