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Em dezembro passado, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei nº 2148/2015, que cria Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). O chamado mercado regulado de carbono é uma tendência mundial para conter as emissões de poluentes, porém tanto no Brasil quanto no exterior a ausência do agronegócio desse mecanismo gera debates sobre o impacto dessa estratégia.
Estudos do Observatório do Clima comprovam que o agronegócio responde por 74% das emissões totais de GEE, sendo que 80% desse total é oriunda da produção de carne bovina. Ainda que o peso do setor seja grande, especialistas afirmam que ainda é difícil calcular as emissões de cada produtor.
Uma das alternativas seria o uso de uma metodologia elaborada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). A proposta é que o cálculo deveria levar em conta uma média de quantos quilos de metano cada animal emite, a partir de seu peso e idade, mas essa fórmula não seria adequada para a realidade brasileira.
“Suponha que haja dois produtores com dez hectares e cinco vacas cada um. Um deles tem um pasto super legal e dá ração ao gado, já o outro joga as vacas no pasto e vai embora. Nesse caso, como é que o governo, utilizando a média, vai distinguir a emissão dos dois? É justamente por isso que a média de vacas e pastos não funciona. Um dia vamos chegar lá, mas hoje não sabemos como fazer isso com a precisão que o mercado de carbono precisa”, comentou Shigueo Watanabe, pesquisador sênior no Instituto Talanoa, em entrevista à Folha de SP.
A Embrapa também desenvolveu uma proposta que considera uma altura ideal do capim para a entrada e saída de animais nas pastagens. A ideia seria potencializar a absorção de carbono pelo solo e, assim, reduzir as emissões por gado. Contudo, o pesquisador Cristiano Alberto reforça que o desafio de analisar o contexto de cada fazenda ainda é obstáculo.
“É difícil estimar a emissão de metano pelo boi porque isso varia até conforme a qualidade do material que ele come. Se for um pasto mal manejado e velho, ele emite muito metano. Além disso, se o boi demora muito para engordar, ele passa a vida inteira emitindo metano. Mas, se você engordar ele em curto prazo, vai emitir menos”, analisa.
Assim como no Brasil, outros países enfrentam dificuldades para estabelecer regras para o mercado de carbono que incluam o agronegócio. Os integrantes da União Europeia, por exemplo, não possuem um sistema que abranja o setor e por isso as soluções ainda são voltadas para a indústria.
Por outro lado, a Nova Zelândia já avança na taxação das emissões do agronegócio, enquanto que o Brasil enfrenta ainda a resistência dos produtores. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) propõe que os produtores entrem no mercado regulado como fornecedores de créditos de carbono provenientes do sequestro de carbono pelas plantações.
Ou seja, o setor ignora as emissões do arroto do boi, por exemplo, assim como o fato de que tecnologia para aferição desse tipo ainda está em desenvolvimento. Enquanto isso, o mundo convive com mudanças climáticas cada vez mais drásticas.

 


 


 

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