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O ano de 2024, que está começando, traz desafios para o agro

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Esta é a nossa primeira coluna de 2024, a mudança no calendário inevitavelmente nos traz momentos de reflexão na vida pessoal, nos negócios e no setor do agronegócio não é diferente. É inevitável e desejável revisitar o passado, ter um claro panorama do momento presente que estamos vivendo, visando traçar um plano estratégico para o futuro.
Revisitando o passado recente, 2023 foi um ano desafiador para o setor do agronegócio, começamos o ano com uma supersafra que quebrou todos os recordes de produção, o que assegurou que a economia do Brasil não tivesse um retrocesso, puxando novamente o PIB nacional para o positivo. No acumulado, o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio registra alta de 18,1% em 2023. Já o PIB do Brasil deve crescer 2,92%.
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Por outro lado, os resilientes produtores rurais brasileiros tiveram que lidar com desafios como a queda dos preços que voltaram ao patamar pré – pandemia, aumento do preço dos insumos, problemas logísticos, principalmente estocagem, seca em algumas regiões além do baixíssimo preço da arroba do boi.
Na primeira coluna de 2023 falamos de temas essenciais para que o agro seguisse sua trajetória de crescimento, como licenciamento ambiental, nova lei de defensivos agrícolas, crédito e seguro agrícola, segurança jurídica, regularização fundiária e demarcação de terras indígenas (marco temporal).

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Dentro destes temas, o projeto dos defensivos agrícolas foi votado nas comissões, depois no plenário, para no fim ser vetado pelo presidente da república, que derrubou o que o congresso aprovou, o projeto visa modernizar a agricultura brasileira, através da liberação de moléculas mais eficientes e menos tóxicas, que já são amplamente utilizadas, por outros países concorrentes nacionais e que no Brasil, podem levar até 10 anos para serem aprovadas.
Outro tema, o marco temporal, tramita faz 20 anos, a demarcação de terras indígenas, que garantiria o direito de propriedade e o direito de usufruto de terras pelos índios, trazendo segurança jurídica e fundiária, foi aprovado por ampla maioria na câmara e senado, mas vetado pelo governo, o senado derrubou o veto, mas o governo questionou no Supremo Tribunal Federal (STF). Em ambos os temas, a batalha deve continuar em 2024.
Crédito e Seguro Rural permanecem como assuntos prioritários para a agropecuária brasileira em 2024. O El Nino afetou duramente o plantio de soja, atrasando, exigindo replantio e aumentando o custo de produção, gerando uma estimativa de quebra de safra de 20%. Diante disto, o valor de 1 Bilhão de reais destinado ao seguro rural, não se mostrou suficiente.
Em um efeito cascata, é preocupante a segunda safra, que é a grande safra de milho brasileira, a janela para o plantio da segunda safra ficou menor. O milho é o que sustenta a produção de proteína animal nacional, bovinos, suínos e aves; portanto, se houver uma quebra também na safra de milho, poderemos ter escassez e aumento de preços. Garantir a acessibilidade ao seguro rural no nosso país, que baseia sua economia no agronegócio, é de interesse nacional.
Outros desafios de 2024 são melhorar o ambiente de negócios e a segurança jurídica, além de trabalhar o posicionamento internacional da imagem do agronegócio nacional, mostrando as iniciativas sustentáveis amplamente implementadas no Brasil. Com a aproximação da COP 30 em Belém do Pará, se soubermos medir e comunicar as iniciativas realizadas pelo setor do agro, o Brasil tem possibilidade de assumir o protagonismo mundial na agropecuária sustentável.
A resiliência do agronegócio mais uma vez é colocada à prova, mesmo com a quebra prevista, com preços menores e menor rentabilidade para o produtor rural brasileiro, será uma grande safra, o agronegócio continuará sendo a força motriz da economia nacional. O setor cumpre sua nobre missão de geração de empregos, pagamento de impostos, produção de alimentos acessíveis para a população brasileira. A produção nacional contribui para o combate à inflação no Brasil e no mundo e através das exportações, o agro equilibra o saldo da balança comercial brasileira.
*Helen Jacintho é engenheira de alimentos por formação e trabalha há mais de 15 anos na Fazenda Continental, na Fazenda Regalito e no setor de seleção genética na Brahmânia Continental. Fez Business for Entrepreneurs na Universidade do Colorado e é juíza de morfologia pela ABCZ. Também estudou marketing e carreira no agronegócio.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
 


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