No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,16%, cotada a R$ 4,9373. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,28%, aos 127.752 pontos. Dólar opera em alta
Karolina Grabowska
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em queda nesta quinta-feira (1°), após passar boa parte da manhã no terreno positivo. O dólar também recua.
Investidores continuam a repercutir as decisões de juros anunciadas na véspera tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) de reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 11,25% ao ano.
O anúncio de que o Grupo Soma e a Arezzo estão em tratativas para uma eventual fusão das bases acionárias das duas companhias, também fica no radar.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 13h22, o dólar caía 0,31%, cotados a R$ 4,9222. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,16%, vendida a R$ 4,9373.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,55% na semana;
e ganhos de 1,75% no mês e no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,24%, aos 127.442 pontos.
As ações do Grupo Soma e da Arezzo tinham altas de mais de 1%, em meio à notícia divulgada na véspera,de uma possível fusão das bases acionárias das duas companhias. As empresas seguem em negociação.
Segundo comunicados das empresas, Alexandre Birman, presidente da Arezzo, seria o presidente da companhia combinada no caso de um acordo definitivo. Já o presidente do Grupo Soma, Roberto Jatahy, continuaria no comando das marcas sob gestão do grupo (como Hering e Farm).
Outras empresas de consumo doméstico, como a CVC e a construtora Eztec, também avançam, com o cenário de juros mais baixos. Já a Petrobras, que tem um peso importante na composição do Ibovespa, subia quase 4%, acompanhando a valorização do petróleo.
Na véspera, o índice subiu 0,28%, aos 127.752 pontos.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,94% na semana;
quedas de 4,79% no mês e no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
As decisões de juros do Copom e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continuam sob os holofotes nesta quinta-feira.
Ontem, o Fed decidiu mais uma vez manter os juros norte-americanos na faixa de 5,25% e 5,50%, ao ano. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001. A decisão já era esperada pelo mercado.
No entanto, as falas de Jerome Powell depois da reunião ficaram com o destaque. O presidente do Fed disse que a instituição não trabalha com o cenário de corte de juros em março, reafirmando que isso é improvável.
“Essa acabou por ser a frase fundamental do seu comunicado e o mercado reagiu a esse comentário, com as probabilidades de cortes em março passando de mais de 50% para cerca de 35%”, pontua José Maria Silva, coordenador de Alocação e Inteligência da Avenue.
Apesar de afastar as expectativas de que o ciclo de cortes comece em breve, o Fed adotou um tom mais neutro no comunicado da reunião, com destaque para a remoção da frase, que estava em comunicados anteriores, que menciona a possibilidade da instituição promover novos aumentos de juros como forma de trazer a inflação anual dos Estados Unidos a 2%, explica Silva.
Em 2023, a inflação norte-americana encerrou o ano com alta de 3,4%, um pouco acima do esperado. Agora, o mercado espera que a primeira redução nas taxas do Fed aconteça em maio.
Juros ainda elevados preocupam o mercado porque encarecem os processos de tomada de crédito para pessoas e empresas, o que pode reduzir o consumo e elevar a inadimplência. Neste cenário, o maior receio é que os Estados Unidos passem por uma recessão econômica em 2024.
Já por aqui, o Copom reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 11,25% ao ano, ao menor patamar em dois anos, dentro do que era esperado. O Comitê sinalizou também que trabalha com um cenário de reduções de mesma magnitude em suas próximas reuniões.
Para Ricardo Martins, economista-chefe da Planner Investimentos, porém, o Copom já tem espaço para promover cortes maiores para os juros brasileiros.
“Inflação em queda e convergindo para a meta, associada à evidente desaceleração da economia, que cresceu em torno de 3% por conta do carrego estatístico do primeiro trimestre de 2023 e iniciou no segundo trimestre a caminhada para uma retração no começo de 2024, são fatores nítidos”, comenta Martin.
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