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Terminamos o ano de 2023 com a boa notícia do crescimento do superávit da balança comercial brasileira, alcançando a marca recorde de US$ 99 bilhões, 61% acima do valor verificado no ano anterior. Este resultado deveu-se principalmente às exportações de produtos agrícolas e de petróleo.
O agronegócio continua sendo a principal mola propulsora da pauta de exportações brasileira. O saldo comercial do agro alcançou no passado o recorde histórico de US$ 146 bilhões – quarto ano consecutivo em que batemos recordes em superávit nas exportações do agronegócio.
Tivemos um ano com safras excelentes na produção de alimentos, mas o bom desempenho do setor é resultado de um crescente e sustentado aumento de produtividade.
De acordo com relatório anual do BTG Pactual sobre a balança comercial, divulgado recentemente, o Brasil foi o país que teve maior crescimento de produtividade globalmente nos últimos 20 anos, acima da China e dos Estados Unidos.
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Entre 2000 e 2019, a produtividade agrícola brasileira cresceu em média 3,3% ano a ano, enquanto o segundo colocado, a China, cresceu 2,5%, seguida pelo Canadá, com 1,3%, e França e Espanha com 0,9% e 0,8%, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), citado no relatório do BTG.
Não é pouca coisa, se pensarmos nos desafios que o país ainda enfrenta, entre eles a necessidade de maior disponibilidade do seguro rural, de investimentos em logística e da ampliação de novos acordos comerciais.
O agronegócio brasileiro, com a quebra de recordes de produção de grãos e de proteína animal, foi fundamental para atenuar os efeitos da inflação de alimentos em nível mundial – para alguns produtos, observou-se inclusive deflação.
O aumento constante dos índices de produtividade apontado pelo USDA deve-se a diversos fatores, principalmente aos investimentos feitos ao longo das duas décadas em tecnologia de equipamentos e insumos, melhor uso da terra, entre outros aspectos, que ajudaram a aumentar a competitividade dos produtores brasileiros e a posicionar o país como o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e o maior exportador neste segmento.
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A pergunta natural, ao se analisar a sustentada e crescente elevação da produtividade do agro brasileiro nos últimos 20 anos, é se ainda há espaço para crescer ainda mais. Investimentos em sistemas modernos, como a integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que otimiza o uso da terra e melhora as condições de produção pecuária, de forma mais sustentável, e a maior utilização de insumos biológicos são caminhos que ainda têm muito a se desenvolver no Brasil.
Projetos como o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Áreas Agricultáveis, lançado recentemente pelo MAPA, que tem o ambicioso objetivo de recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas, devem propiciar, no futuro, aumento de produtividade na pecuária e maior produção agrícola.
É preciso comemorar estes sucessivos recordes, mas, ao mesmo tempo, olhar para as oportunidades que podem se abrir, principalmente no que se refere à conquista de novos mercados e agregação de valor nas exportações. O Brasil vai continuar a ser o fornecedor confiável de alimentos, para garantir a segurança alimentar do mundo, mesmo em tempos conturbados como os que temos vivido nos últimos anos.
*Jacyr Costa Filho é presidente do Cosag – Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e sócio da Consultoria Agroadvice.
 
 
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