O setor de joalheria se prepara para um crescimento de longo prazo com faturamento de R$ 160 bilhões em 2023 | Foto: Getty Images
O mercado de luxo no Brasil extrapolou os limites de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e ganha espaço em no interior, tendência que se intensificou com o grande avanço do setor no período da pandemia de covid. Este foi um dos aspectos analisados na aula inaugural da 7ª turma da pós-graduação em Negócios e Marketing de Luxo Contemporâneo da ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing, na noite desta terça-feira.
O tema do debate transmitido ao vivo pela internet foi ‘Reflexões sobre o Mercado de Luxo’, evento organizado pela ESPM Jr. SP em parceria com o Hub de Moda e Luxo da ESPM e Edições Globo Condé Nast. As especialistas Katherine Sresnewsky, Carol Corrêa e Andreia Meneguete apresentaram um panorama do mercado de luxo no Brasil e no mundo, com ênfase no desafio da falsificação, um dos grandes problemas enfrentado pelas marcas premium de luxo no setor de uso pessoal.
O estudo do mercado de luxo, segundo as especialistas, importa para empresas de outros setores, pois indica tendências de consumo e estratégias utilizadas pelas empresas mais conhecidas do mundo para conquistar mercados e preservar o valor das grandes grifes.
Segundo pesquisa da Bain & Company, citada na apresentação, o mercado de luxo pode ser dividido em 9 categorias: moda e itens pessoais (que inclui joias e produtos de beleza), imóveis, automóveis, saúde, aeronaves privadas, iates, fine art, hotéis e bebidas finas.
O mercado global de artigos de luxo deve movimentar a soma recorde de R$ 7,9 trilhões (1,5 trilhões de euros) em 2023. Cerca de 70% das marcas devem crescer em relação ao ano passado. O segmento mais representativo, de produtos de uso pessoal, deve crescer 4%, chegando a R$ 1,9 trilhão (362 bilhões de euros). O setor de joalheria se prepara para um crescimento de longo prazo com faturamento de R$ 160 bilhões em 2023 (30 bilhões de euros).
Segundo as especialistas da ESPM, o mercado de luxo enfrenta grandes mudanças no cenário atual, com a chegada de uma nova geração com outros valores e formas de se informar., o que se reflete na multiplicação de jovens influenciadores convocados para divulgar as marcas em redes sociais.
O mercado global deve ter grandes expansão até 2030, especialmente na China. Na Europa, o mercado tradicional enfrenta crises geopolíticas que afetam o mercado de consumo. Uma tendência forte é a queda do comércio multimarcas e concentração em lojas próprias, além da venda direta ao consumidor.
No Brasil, o agronegócio abre as portas para a expansão das marcas de luxo em diferentes regiões. O foco das empresas continua sendo os ultrarricos (1% da população), que detém 48% da riqueza do país.
Entre os exemplos da interiorização está a expansão do grupo JHSF, empresa brasileira que atua nos setores de shopping centers, incorporação imobiliária, hotelaria e gastronomia. A empresa anunciou cinco novas operações internacionais no Shopping Iguatemi: uma loja de 331 metros quadrados da Louis Vuitton no CJ Shops, uma loja pop-up Bulgari de 330 metros quadrados no Shopping Cidade Jardim, Uma loja da grife Valentino de 300 metros quadrados no mesmo shopping e abertura da Dolce & Gabana e Gucci e Campinas e Porto Alegre, entre outros empreendimentos.
Dentro da constante ameaça da falsificação, um fenômeno que chama a atenção é o surgimento dos produtos classificados como ‘super fakes’, imitações tão bem feitas que conquistam até os consumidores do segmento super luxo. São falsificações de bolsas que podem custar mais de R$ 25 mil, vendidas, por exemplo, por R$ 2 mil.
“Muitas vezes o espaço legitima o produto”, como explicou a professora Patrícia Diniz. Segundo ela, a massificação das falsificações de produtos de luxo vem sendo enfrentada com estratégias curiosas, como é o caso de marcas que decidem absorver o mercado fake – exemplo da grife Diesel, que investiu em uma loja pop-up da ex-rival Deisel.
Para uma parte dos consumidores, os produtos super-fakes passaram a ser vistos como uma escolha inteligente, tendo em vista a relação custo-benefício, explicou a professora Maya Matiazzo. Segundo ela, o maior dilema do setor é que as marcas de luxo representam sonhos. “Quando realizados, os sonhos deixam de existir”.
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