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(Por Artur Chagas e Leandro Prade) Dentro da programação da 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, ocorreu nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, a palestra Cenários para o Agronegócio Global e Tendências dos Mercados de Soja, Arroz e Pecuária 2024/2025. O palestrante foi Carlos Cogo, consultor e proprietário da Cogo Inteligência em Agronegócio. O moderador foi o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.
Carlos Cogo iniciou discorrendo sobre a mudança de hábitos alimentares no mundo, ocorrida basicamente por três fatores: mudança de consumo e urbanização, expansão populacional e aumento da classe média. “Aumentou o consumo de frutas, legumes e verduras na Europa devido à estabilização entre nascimentos e óbitos em uma população mais envelhecida, além de carnes de frango e suínas”, observou. Com o consumo de proteínas, ressaltou que houve a necessidade de aumentar a produção de grãos. Sendo assim, esse consumo de carnes e de grãos acabou alavancando o agronegócio brasileiro.
No caso da carne bovina, Cogo ressaltou que o consumo cresceu mais de 400% em uma década e o Brasil é responsável por um terço dessas vendas. “Os principais concorrentes, Austrália e Nova Zelândia, têm pouca área, os Estados Unidos tiveram um déficit de rebanho e a Argentina tenta se recuperar de uma crise”. Cogo acrescentou que 25% da carne exportada no mundo é brasileira. Com relação aos grãos, o consultor ressaltou que, no Rio Grande do Sul o plantio de soja é o dobro da área de arroz e que o trigo voltou a subir como uma boa opção de segunda safra a exemplo do algodão plantado após a soja. Já o feijão caiu a metade e o arroz mais da metade devido ao El Niño. No entanto, Cogo afirmou que essa diminuição não chega a ser problema, porque arroz e feijão ajustaram a área plantada com consumo. “A área diminuiu, mas a produtividade aumentou”, ressaltou.
Por fim, o consultor apontou que o Brasil ainda precisa melhorar em alguns quesitos: “o país irriga 8% da área plantada, ou menos de 9 milhões de hectares, sendo que há espaço para irrigar 47 milhões de hectares, observou”. Cerca de 70% das fazendas não têm acesso a nenhum tipo de rede de internet. Por fim, Cogo citou que 51% da frota de tratores têm mais de 15 anos de uso e que é preciso melhorar esse processo de mecanização nas lavouras.
MERCADO INTERNACIONAL
Para encerrar os painéis no primeiro dia de debates no auditório Frederico Costa, o tema abordado foi “Consolidação de Mercados e Novas Oportunidades”, que contou como painelistas o consultor de grupos empresariais no México, Guatemala, Honduras e Costa Rica, Ricardo Hahn, e o produtor rural/Expoente Negócios, Guilherme Gadret. O diretor de exportações da Federarroz, Juandres Antunes, foi o moderador do debate. As exportações do Brasil e o Uruguai como modelo de país exportador deram o tom do painel.
Guilherme Gadret focou em quatro pontos que considera importantes na composição para bons resultados em termos de exportação: o volume nos últimos 15 e 5 anos, a evolução de preços em conjunto com as exportações, a competitividade brasileira e as oportunidades. Em relação ao montante importado por outros países, entre 2009 e 2023, 70% esteve concentrado em 10 nações, que somaram 6,8 milhões de toneladas de um total de 8,2 milhões de toneladas. Da mesma forma, entre 2019 e 2023, os números se mantiveram os mesmos.
Em relação à evolução de preços e exportações, Gadret salientou que a linha de tendência do Cepea versus Exportações são paralelas e levam para o mesmo destino, ou seja, não há uma interferência direta nos valores praticados com o ritmo das vendas para outros países. O produtor rural enfatizou que, em termos de competitividade, “o Brasil melhorou bastante, especialmente no que se refere à estrutura portuária e à segregação de variedades, muito importante para a consolidação e conquista de novos mercados”.
Já o consultor de grupos empresariais no México, Guatemala, Honduras e Costa Rica, Ricardo Hahn, apresentou dados que consolidaram o Uruguai como um exemplo de país exportador de arroz. Hahn afirmou que “os uruguaios não consomem muito arroz e, portanto, mais de 93% é exportado e, isso, graças a um processo que vem dando certo há mais de 60 anos”. São mais de 70 países que importam o arroz do país vizinho e que se mantêm fiéis graças às práticas de gestão e qualidade no manejo. “A qualidade é o nosso grande argumento de venda”, contou Hahn.
O consultor destacou que quando o negócio é concluído, o resultado econômico passa a ser secundário. Mesmo que o mercado do arroz tenha forte alta, o contrato é cumprido na sua totalidade. “Entendo que este ponto é de fundamental importância para que os clientes voltem a comprar a mercadoria do Uruguai”, disse. Ele acredita que isso se constrói ao longo do tempo e que, além disso, a grande maioria dos produtores só utilizam sementes certificadas e têm desenvolvido e publicado um manual de boas práticas agrícolas. “Não é casualidade o Uruguai ser um país exportador”, finalizou.
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