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Na semana passada, chanceleres do G20 se reuniram no Rio; nesta semana, ministros de Finanças se encontram em São Paulo. São esperados cerca de 450 delegados, de 73 países. Tatiana Rosito, secretária de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda e coordenadora da Trilha de Finanças do G20.
Kelly Fersan
A coordenadora da Trilha de Finanças do G20, Tatiana Rosito, informou nesta segunda-feira (26) que as reuniões de ministros de Finanças e de presidentes dos bancos centrais do grupo, marcadas para esta semana em São Paulo, terão como foco as discussões sobre temas como combate às desigualdades, tributação internacional e financiamento de ações ambientais.
O G20 reúne as principais economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana. O Brasil comanda o grupo desde dezembro do ano passado — a presidência brasileira se encerra em novembro deste ano, com a cúpula de chefes de Estado, no Rio de Janeiro. (saiba mais abaixo)
Na semana passada, os chanceleres do G20 se reuniram no Rio. Para esta semana, estão previstos nos dias 28 e 29 os encontros de ministros de Finanças e de presidentes dos bancos centrais.
Mais cedo, nesta segunda, o Ministério da Fazenda informou que o ministro Fernando Haddad foi diagnosticado com Covid-19 e, com isso, participará dos encontros de forma virtual.
Quando o Brasil assumiu o comando do G20, o presidente Lula definiu três eixos centrais de discussão:
inclusão social com combate à fome e à pobreza;
transição energética e desenvolvimento sustentável;
reforma da governança global.
Segundo Tatiana Rosito, a partir desses três eixos centrais, o país decidiu pautar os seguintes temas nas reuniões de ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais:
relação entre as desigualdades e as políticas econômicas;
diagnóstico sobre a economia global (perspectivas de crescimento, inflação, geração de emprego e cooperação);
tributação internacional (foco na tributação progressiva);
dívidas nacionais e financiamento do desenvolvimento sustentável.
“Esperamos que essas discussões, que ocorrerão em nível ministerial, nos deem oportunidade para troca de ideias, mas, também, para avançar concretamente na formação de consensos que propiciem a mobilização maciça de recursos domésticos e internacionais para um crescimento sustentável, equilibrado e inclusivo”, afirmou a coordenadora da Trilha de Finanças do G20.
Ministros da fazenda dos países do G20 debateram combate à pobreza em SP
ODS e Acordo de Paris
Na avaliação da coordenadora da Trilha de Finanças do G20, o grupo é “crucial” para garantir o financiamento — em nível global — de ações relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ao Acordo de Paris.
Os chamados ODS foram definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e preveem, por exemplo, garantir energia limpa e acessível; água potável universal; erradicação da pobreza; cidades sustentáveis; e ações contra as mudanças climáticas.
Definido na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), o Acordo de Paris prevê a adoção de medidas que reduzam a emissão de gases do efeito estufa e, consequentemente, o ritmo das mudanças climáticas.
“Os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais, em seu conjunto, são responsáveis diretos por aspectos fiscais, regulatórios e financeiros necessários para permitir a implementação de políticas domésticas e de incentivos ao investimento”, afirmou Tatiana Rosito nesta segunda-feira.
“E também são os representantes dos países nos ‘boards’ de instituições financeiras internacionais e nos bancos multilaterais de desenvolvimento, instrumentos fundamentais para levar adiante a agenda da trilha financeira”, concluiu.
Começam os preparativos para o G20, que acontece no Rio, em novembro
O que é o G20?
O Grupo dos 20, ou G20, é uma organização que reúne ministros da Economia e presidentes dos bancos centrais de 19 países e de dois órgãos regionais, União Europeia e a União Africana.
Juntas, as nações do G20 representam cerca de 85% de toda a economia global, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.
O G20 conta com presidências rotativas anuais. O Brasil é o atual presidente do grupo, tomou posse em 1º de dezembro de 2023 e fica no comando até 30 de novembro de 2024. Durante esse período, o país deve organizar 100 reuniões oficiais.
A principal delas será a Cúpula do G20 do Brasil, programada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.
Depois de cada Cúpula, o grupo publica um comunicado conjunto com conclusões, mas os países não têm obrigação de contemplá-las em suas legislações. Além disso, os encontros separados de autoridades de dois países são uma parte importante dos eventos.
O G20 é formado pelos seguintes países:
África do Sul;
Alemanha;
Arábia Saudita;
Argentina;
Austrália;
Brasil;
Canadá;
China;
Coreia do Sul;
Estados Unidos;
França;
Índia;
Indonésia;
Itália;
Japão;
México;
Reino Unido;
Rússia;
Turquia;
União Europeia;
União Africana.
O G20 surgiu em 1999, após uma série de crises econômicas mundiais na década de 1990. A ideia era reunir os líderes para discutir os desafios globais econômicos, políticos e de saúde.
Naquele momento, falava-se muito em globalização e na importância de uma certa proximidade para poder resolver problemas. O G20 é, na verdade, uma criação do G7, que é o grupo de países democráticos e industrializados, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia.
O primeiro encontro de líderes do G20 aconteceu em 2008. A cada ano, um dos 19 países-membros organiza o evento.
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