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Agronegócio
Para 71% deles, ouvidos em pesquisa, a utilização desta tecnologia vai aumentar a eficiência de trabalho nos próximos 12 meses
29 de fevereiro de 2024 às 7h00
Mudanças climáticas e tecnológicas – duas das megatendências globais apontadas na 27ª edição da Global CEO Survey como fatores de mudança para criação, entrega e captura de valor para os próximos anos – serão ainda mais importantes na avaliação dos líderes do setor de agronegócio. É o que mostra a edição da pesquisa anual da PwC, que ouviu mais de 4,7 mil executivos em mais de 100 países, incluindo o Brasil.
As mudanças tecnológicas foram indicadas por 69% dos CEOs do agronegócio como um fator que impactará “muito” ou “extremamente” o setor nos próximos três anos, indica a pesquisa. Já 71% dos líderes do setor apontam as mudanças climáticas como principal exposição e ameaça para seus negócios nos próximos 12 meses.
Além disso, os CEOs do agro brasileiro também demonstram expectativa com o crescimento do uso da IA (Inteligência Artificial) generativa. Para 71% deles, a utilização desta tecnologia vai aumentar a eficiência de trabalho nos próximos 12 meses e, para 69%, a eficiência de trabalho dos funcionários também deve crescer. “Nota-se na pesquisa que inteligência artificial e mudanças climáticas já pautam a agenda do setor e vão continuar pautando em um futuro próximo”, avalia o sócio da PwC Brasil e líder para o setor de agribusiness. Maurício Moraes
A atenção a essas megatendências dialoga com o fato de quase um terço dos CEOs do setor (31%) acreditar que seus negócios não serão economicamente viáveis por mais de 10 anos, em comparação com 23% no ano passado, mantido o rumo atual de suas empresas.
Ainda assim, a inserção da IA generativa é discreta no agro. Apenas 23% dos CEOs do setor afirmam que a tecnologia foi adotada em toda empresa nos últimos 12 meses (enquanto a média no Brasil e no mundo é de 32% entre todos os setores). No mesmo período, apenas 11% dos respondentes declararam ter mudado a estratégia do próprio negócio por causa da IA generativa.
Os CEOs do agronegócio demonstram uma preocupação destacada em relação aos riscos da IA generativa, acima da média brasileira. O principal temor é com a cibersegurança, citada por 80% (74% entre os executivos brasileiros de outros setores e 64% no recorte global). A divulgação de desinformação vem em segundo lugar, com 63%, no mesmo patamar que a média no país.
As mudanças climáticas já aparecem, nos últimos cinco anos, como um fator significativo de mudança para criação de valor no agro – 60% dos CEOs do setor na pesquisa responderam “muito” ou “extremamente” para esse impacto no período. Na projeção para os próximos três anos, este fator ganha mais importância e sobe para 71%.
“O entendimento sobre a urgência do clima não chega a ser novidade entre as lideranças do agro no Brasil, mesmo assim é uma tendência em alta”, avalia Moraes.
O aumento expressivo na percepção dos CEOs do agronegócio sobre a exposição às mudanças climáticas contrasta com o registrado na média brasileira (que caiu de 17%, em 2023, para 16%, em 2024) e no recorte global (queda de 12%, em 2023, para 14%, em 2024). Dos CEOs do setor, 89% têm esforços em andamento ou já concluídos para melhorar a eficiência energética e inovar em produtos e serviços com baixo impacto climático.
Neste ano, a Global CEO Survey traz um otimismo entre os líderes do agronegócio no Brasil sobre o crescimento no País: 69% dos líderes do setor acreditam na aceleração da economia interna.
Em relação aos mercados considerados mais relevantes para o crescimento, a indústria de agronegócio no Brasil segue a tendência de todas as indústrias nacionais: Estados Unidos aparece no topo da lista, com 49% (nos demais setores do Brasil, o país representa 44%).
A China está em segundo lugar, mas é ampla a importância maior dada pelos líderes de agronegócio: 43% indicaram o país asiático, enquanto a média dos demais setores do Brasil foi de 23%.
Outra particularidade é que a Índia não aparece no top 5 brasileiro geral, mas ficou em terceiro lugar entre os países indicados pelos líderes do agronegócio, com 14%.
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