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Nos últimos dois dias, tivemos duas notícias contrastantes do setor do agronegócio. A primeira é que a produção agrícola do Paraná já apresenta uma quebra na safra de grãos, neste período 2023/2024, com uma estimativa de perdas de 17% em relação à safra anterior, de 2022/23. É justamente relativa a esse último período mencionado a outra notícia sobre o agro: que o setor teve uma alta recorde (safra 2022/23) e impulsionou o PIB nacional do ano passado.

O agronegócio é uma das principais bases econômicas do Brasil, e esse percentual é ainda maior na região dos Campos Gerais, onde mais de 10 municípios tem nesse setor a sua maior fonte de riquezas. O PIB agropecuário do Brasil apresentou um crescimento real de 15,1% na comparação com o ano anterior (2022). Como a indústria cresceu 1,6% e o setor de serviços aumentou 2,4%, o agro foi essencial para que o crescimento do PIB finalizasse em 2,9% em 2023.
O ano de 2023 foi muito positivo para o Paraná no setor do agronegócio. Foi quando o Paraná teve produção recorde de soja. Mesmo com uma redução nos preços da commodity em relação a 2022, como a produção agrícola foi bastante superior, o faturamento cresceu, impulsionando a economia do estado.
Ter uma baixa na produção, nessa casa de 17%, como está projetado para o Paraná, significa que a economia paranaense vai sofrer um impacto negativo em 2024. Caso a safra de inverno e a pecuária também não tenham um ano no azul, caberá à indústria e ao setor de serviços recuperar essa retração para que o ano seja economicamente positivo.
Nos Campos Gerais, o impacto de uma redução no agronegócio é ainda maior na macroeconomia. Como a sua representatividade é maior na composição do PIB dos municípios, a queda impacta não só no Valor Adicionado do setor, mas também em todos os outros setores. Com um faturamento menor no agro, menos dinheiro circula, havendo reflexos negativos no setor de serviços e no comércio. 
Como nos Campos Gerais há muitas indústrias relacionadas ao agronegócio, que recebem insumos diretamente do campo (entre os exemplos estão as moageiras de Ponta Grossa), a produção industrial também é impactada. Sem matéria-prima local, é preciso que ela venha de outras regiões, ou até mesmo de outros países, trazendo aumentos nos custos. E os impactos são diretos no bolso da população. 
É óbvio que os principais impactos do agronegócio são referentes ao clima, mas todos esses fatores ressaltam a necessidade que o agro seja motivo de pautas constantes em todas as esferas do poder público, para que em situações mais extremas, os prejuízos sejam minimizados. 
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