Por Luciana Franco — São Paulo
Os drones estão ganhando cada vez mais espaço no campo. Os chamados veículos aéreos não tripulados possibilitam ao produtor, entre outras tarefas, mapear áreas de cultivo, monitorar a incidência de pragas e doenças e aplicar fetilizantes, pesticidas e agentes biológicos. O avanço no uso dos equipamentos está aumentando a demanda por profissionais qualificados com expectativa de salários elevados: o piloto de drone agrícola.
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Pilotar um drone agrícola vai muito além de saber ligar o aparelho e manejar o controle remoto. Fazer o sobrevoo de plantações exige qualificação. São diferentes tipos de aparelhos e algumas atividades demandam autorizações específicas. Atualmente, há diversos cursos de pilotos de drone agrícola. Saiba o que é preciso para se qualificar e se tornar um profissional do setor.
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Classes de drones
As aeronaves remotamente pilotadas (RPA) estão divididas em três classes, de acordo com o peso máximo de decolagem, que leva em conta bateria ou combustível e a carga eventualmente transportada.
- Classe 1, veículos com mais de 150 quilos, mais usados por serviços de segurança e militares;
- Classe 2: veículos com peso entre 25 quilos e 150 quilos, uso comum na pulverização agrícola;
- Classe 3: veículos com peso até 25 quilos, usados no mapeamento e monitoramento agrícola.
Requisitos para pilotar drones da Classe 3
Os drones de classe 3, para mapeamentos e monitoramento agrícolas, devem ser pilotados por pessoas maiores de 18 anos que tenha formação em pilotagem. Especialistas recomendam ainda conhecimento prévio sobre agricultura.
“É necessário que o interessado venha para o curso de pilotagem já com alguma formação de base em agricultura”, diz Valéria de Fátima Gini, mantenedora do Centro Paulista de Estudos em Agronegócio (CPEA) que oferece cursos de formação técnica em diversas áreas para o agronegócio.
Os drones precisam ser homologados na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). É possível fazer de forma online e sem custo. Também devem ser cadastrados no Sistema de Aeronaves não Tripuladas, da Agencia Nacional de Aviação (Anac). Depois disso, deverá ser feito um registro no serviço de Solicitação de Acesso de Aeronave Remotamente Pilotada (Sarpas) controlado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
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Como são usados para o mapeamento e monitoramento das lavouras, devem ser pilotados por pessoas treinadas. “Os pilotos deste tipo de aeronave geralmente são treinados em cursos de agricultura de precisão”, explica Antonio Mendes, engenheiro agrônomo e gestor de vendas da Arpac Drones, que oferece serviços para os segmentos sucroenergético, grãos e citros.
Requisitos para pilotar drones da Classe 2
Os drones da classe 2 são utilizados para a pulverização de sementes, agentes biológicos, fertilizantes e defensivos. As regras estão dispostas na portaria do 298 do Ministério de Agricultura. O piloto precisa de uma formação específica, o Curso para Aplicação Aeroagrícola Remota (CAAR), oferecido por instituições registradas no MAPA, e ser certificado.
“O curso trata de temas importantes, como legislação e manuseio de agrotóxicos, equipamentos de proteção, área de aplicação, e, por isso, deve contribuir para conscientizar os profissionais sobre a pulverização correta e segura”, avalia Luís Almeida, engenheiro aeroespacial e gerente de produção da Eavision, empresa de tecnologia em drones.
Estes drones de porte médio precisam ser homologados na Anatel, e devem portar um Certificado de Aeronavegabilidade Espacial (CAER), além de possuir e portar licença e habilitação emitidos pela Anac.
Profissionalização do mercado
O CAAR surgiu devido a demanda pela pulverização com drones, uma vez que é crescente o número de agricultores opta pelo uso dessas aeronaves. A intenção é formar um piloto que atue de acordo cm a legislação, observando as questões de segurança e evitando danos ambientais.
De acordo com estimativas do Centro Paulista de Estudos em Agronegócio, o custo médio dos cursos para a obtenção do CAAR oscila entre R$ 2.000,00 a R$ 2.500,00. E o investimento compensa. Os salários dos profissionais variam de acordo com a atividade, região, oferta de mão de obra especializada e produtividade. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, podem ir de R$ 4.500 a R$ 15 mil.
“O mercado opera com salário fixo mais um percentual que varia de acordo com a produtividade do piloto”, conta Luís Almeida. Segundo ele, a produtividade dos pilotos pode chegar a 500 hectares pulverizados por semana.
A agrônoma Michelle Lilian Sígoli, de São Carlos (SP), participou do Curso de Agricultura de Precisão oferecido pelo CPEA no final de 2023. E tem planos de se especializar na pilotagem de drones agrícolas. “Estes cursos são decisivos para alavancar a carreira de quem quer atuar com tecnologia aplicada ao agronegócio”, diz ela.
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