IBGE divulgou nesta quinta-feira (21) a distribuição da população por áreas mais detalhadas dentro de cada município. O Grajaú, na Zona Sul da cidade, possui uma população maior que a de 5.440 cidades brasileiras.
Novos dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (21) mostram como a população se divide dentro das cidades.
Na cidade de São Paulo, que tem 96 distritos, é possível observar que a população se distribui de maneira bastante desigual. Consulte no mapa acima quantas pessoas moram em cada um deles.
O Grajaú, na Zona Sul, é o distrito com o maior número de pessoas e de domicílios: são 384.873 habitantes e 154.205 domicílios. Apenas 130 cidades em todo o país possuem uma população maior que a do distrito, o que significa que a população do Grajaú é maior que a de 97,7% dos municípios brasileiros. A média de moradores nos domicílios ocupados do Grajaú é de 2,88.
Já em Marsilac, no extremo da Zona Sul de São Paulo, acontece o oposto. O distrito, que conta com uma grande área verde, sítios, e algumas comunidades indígenas, tem a menor população da cidade e também é o que possui o menor número de domicílios: são 11.443 moradores e 6.135 domicílios.
No entanto, a média de moradores para cada domicílio ocupado em Marsilac — 2,85 — é maior do que Bela Vista e República (1,91), ambos na região Central.
O distrito do Grajaú, na Zona Sul de São Paulo, é o mais populoso da cidade, sengundo dados do Censo 2022.
Richard Lourenço / Rede Câmara
Na divisão da cidade, é possível observar que o Centro tem uma média menor de moradores em cada domicílio.
Ou seja, em distritos como Bela Vista, República, Consolação e Santa Cecília, mais pessoas moram sozinhas. (veja no mapa abaixo)
Divisão da cidade de São Paulo por setores censitários.
Guilherme Gomes/g1
Já distritos como Jabaquara (Zona Sul), Sapopemba (Zona Leste) e Brasilândia (Zona Norte) estão entre os mais populosos e ainda com uma média alta de moradores para cada domicílio.
Os extremos da cidade contam com menos moradores e menos domicílios, mas uma média maior de pessoas morando em cada um deles.
Variação 2010 x 2022
Veja, no infográfico abaixo, quais distritos tiveram aumento e quais tiveram redução na população desde o último Censo:
Informações regionalizadas
Os dados divulgados pelo IBGE nesta quinta trazem uma reagrupação mais precisa do território nacional, feita a partir dos setores censitários, que são as subdivisões utilizadas pelos recenseadores para as entrevistas da pesquisa.
Para o Censo 2022 foram considerados 452.338 setores censitários dentro dos 5.570 municípios do país. Em relação ao Censo 2010, mais de 135 mil novas subdivisões foram criadas, o que amplia o detalhamento do material.
Os dados, no entanto, ainda são preliminares. O IBGE antecipou a divulgação para permitir análises mais atualizadas, mas a publicação definitiva com outras variáveis como sexo, raça e idade da população deve sair no segundo semestre de 2024.
Já as subdivisões por distritos e subdistritos, também apresentadas nesta quinta, seguem as leis e lógicas municipais. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a divisão é feita por distritos, enquanto no Rio de Janeiro e Distrito Federal, é feita por subdistritos.
No geral, o Brasil possui 10.670 distritos e 643 subdistritos em todo território nacional.
Outras divulgações do Censo 2022
As informações do Censo 2022 começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saber que:
O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que era estimado pelas projeções iniciais;
O país segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, 51,5% do total de brasileiros;
1,3 milhão de pessoas se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na História em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo;
O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;
Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu.
Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do país, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos.
Após 50 anos, o termo favela voltou a ser usado no Censo.
O Brasil tinha, em 2022, 49 milhões de pessoas vivendo em lares sem descarte adequado de esgoto. Esse número equivale a 24% da população brasileira. Já A falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhões de brasileiros.
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