Por Isadora Camargo — São Paulo
Um Lula “perguntador” e “interessado”. Foi assim que Guilherme Coelho, presidente Associação Brasileira de Frutas (Abrafrutas), definiu o presidente, com quem se encontrou durante churrasco na Granja do Torto, na última quinta-feira.
O evento, que reuniu representantes do segmento de produção e exportação de frutas, foi convocado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, numa tentativa de aproximação com o agronegócio, setor no qual enfrenta grandes resistências.
Coelho contou à reportagem que se surpreendeu com o número de associados à Abrafrutas presentes. “Recebi um telefonema do ministro Carlos Fávaro, dizendo que o presidente Lula gostaria de 'conviver' com setor de frutas. Fui, então, convidando associados para participar do encontro e esperava levar umas 25 pessoas, mas o número final surpreendeu. O encontro estava tão descontraído que conseguimos que um representante das principais frutas falasse”, disse.
Participaram 43 exportadores que pleitearam ao presidente abertura de novos mercados para as frutas, investimentos para o combate à mosca da fruta e estratégias para assegurar mão de obra e expansão do cultivo.
Segundo Coelho, o encontro foi o mais “descontraído possível”. Além de Lula e do ministro da Agricultura Carlos Fávaro, participaram do churrasco o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
O presidente da Abrafrutas disse que Lula se mostrou interessado e fez muitas perguntas aos convidados que detalharam o cenário da exportação das principais frutas brasileiras.
“Notei Lula bastante perguntador. Ele interage e isso é muito bom para representantes de frutas se sentirem confiantes. Também foi um espaço para podermos passar todos os números do segmento a ele”, acrescentou Coelho.
Além dos pedidos, uma das ideias apresentadas a Lula, segundo o dirigente da Abrafrutas, foi de que beneficiários do Bolsa Família possam ser contratados com carteira assinada como safristas na produção de frutas. Isso, disse ele, “ajudaria muito o setor a expandir área de plantio, já que a mão de obra é um problema, em especial, no Nordeste”.
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