Marcelo Sobral é deputado estadual e advogado. Escreve aos sábados.
Sergipe é reconhecido como zona livre da Febre Aftosa sem vacinação
Resultado de um longo e dedicado esforço na área da saúde animal, a notícia da semana é que Sergipe obteve o reconhecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Este marco é o reconhecimento pelo trabalho do governo do estado através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) que atua com excelência na produção agropecuária.
Mas não foi fácil, para alcançar esse reconhecimento. Sergipe precisou atender a 42 critérios estabelecidos no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa, incluindo a criação do Fundo Emergencial de Defesa Sanitária do Estado de Sergipe (Fedesa/SE) e o cumprimento de 29 metas do Programa de Avaliação e Aperfeiçoamento da Qualidade dos Serviços Veterinários. Nisso, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (Faese) que tem a frente Ivan Sobral, desempenhou um papel fundamental em todo o processo, representando o setor produtivo, acompanhando e analisando as auditorias do MAPA e, principalmente, colaborando nas decisões estratégicas.
Um dos requisitos essenciais para o reconhecimento de zona livre da doença, foi a criação do Fundo Privado de Emergência Sanitária Animal (Fedesa). Esse fundo, que conta com contribuições voluntárias dos produtores, visa indenizar criadores em caso de identificação da doença em seus rebanhos.
Desde 1996 sem ter nenhum caso de febre aftosa em Sergipe, de 01 a 30 de abril, ocorrerá a última vacinação contra a febre aftosa, marcando o fim de 23 anos de reconhecimento de Sergipe como área livre da doença com vacinação, pois a obrigatoriedade da vacina só chegou em 2001. Aliás, a antecipação da campanha de vacinação para o mês de abril, anunciada pela Emdagro, evidencia o compromisso contínuo do governador Fábio Mitidieri com a manutenção da saúde animal. No entanto, embora esta seja a última campanha de vacinação, as responsabilidades pela preservação do status de área livre da febre aftosa serão intensificadas e os produtores desempenham um papel fundamental nesse processo, pois precisam assegurar a imunização de seus rebanhos e continuar contribuindo.
Podemos dizer também que esse é o resultado de uma colaboração exemplar entre o MAPA, o governo do estado e a Emdagro que, por meio de políticas públicas eficazes e investimentos estratégicos, estabeleceram um ambiente propício para o desenvolvimento do setor pecuário, incentivando a implementação de medidas sanitárias rigorosas e proporcionando suporte técnico aos produtores. A Emdagro, por sua vez, desempenhou um papel essencial na coordenação e execução das ações necessárias para alcançar e manter o status de zona livre de febre aftosa, demonstrando profissionalismo, dedicação e expertise técnica ao longo de todo o processo.
Sergipe hoje conta com um rebanho de aproximadamente um milhão e trezentos mil bovinos e bubalinos, no entanto só conseguiu esse status do Ministério porque sempre atingiu índice vacinal superior a 90% entre os rebanhos, assim, o estado está preparado para esta nova fase, marcada pela autonomia e consolidação de sua posição como referência em sanidade animal e qualidade na produção agropecuária.
Outro fato que devemos destacar, é que desde 2001 Sergipe também detém o reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre do foco da doença, um fator que reforça a credibilidade dos produtos agropecuários sergipanos no mercado internacional.
Essa conquista representa uma economia significativa para os criadores, que com a eliminação da necessidade de vacinação, não apenas economizam nos custos associados à aquisição e aplicação das vacinas, mas também reduzem os gastos com logística e mão de obra necessária para administrar as campanhas de imunização.
Além disso, a certificação de área livre da doença abre portas para o comércio nacional e internacional sem restrições, permitindo que os produtores ampliem seus mercados e aumentem sua rentabilidade. Essa liberdade de movimento e acesso a mercados mais amplos não apenas impulsiona a economia local, mas também fortalece todo o setor pecuário sergipano e promove desenvolvimento tanto para o agronegócio quanto para o produtor de pequeno porte.
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