Nesta segunda, Pacheco, presidente do Senado, declarou a perda de validade de trechos da MP editada pelo governo para elevar receitas. Para Fazenda, gastos devem ser compensados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em imagem de 29 de fevereiro de 2024, durante encontro do G20 em São Paulo
Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta terça-feira (2) a realização de um pacto entre os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) para atingimento das metas fiscais.
Haddad deu a declaração após trechos de uma medida provisória editados pelo governo para elevar a arrecadação perderem a validade, por vontade do Congresso Nacional (leia mais detalhes aqui).
Para este ano, o objetivo é zerar o rombo das contas do governo, mas a equipe econômica já admitiu que o resultado será deficitário.
“O Executivo é um poder, mas hoje os outros dois poderes têm muito protagonismo no que eles respeitam ao fazer esse encontro de contas”, declarou Haddad a jornalistas.
Segundo ele, o governo federal fixa a meta para as contas públicas e encaminha as leis que vão dar consistência para essa meta, além de dialogar com o Judiciário sobre os julgamentos previstos.
“E o trabalho que nós estamos fazendo junto ao Congresso é no sentido de convencer os parlamentares de que nós precisamos encontrar fonte de financiamento das despesas criadas”, acrescentou.
Presidente do Senado deixa trechos de MP caducar e desoneração de municípios é retomada
Desoneração da folha dos municípios
Nesta segunda-feira (1º), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que trechos de uma medida provisória do governo estavam perdendo a validade. Com isso, isso foi retomada a desoneração da folha de pagamentos de municípios.
O trecho da MP que perdeu a validade, defendido pelo Ministério da Fazenda, previa que prefeituras teriam que pagar uma alíquota de 20% sobre a folha de pagamento dos servidores. Percentual acima dos atuais 8%, previstos por lei
A retomada da desoneração não constava do orçamento deste ano, portanto, terá de ser compensada em busca das metas fixadas para as contas públicas
Questionado se o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, conversou com ele antes de anunciar a decisão, Haddad respondeu que não.
“Para mim, não. Conversou com o ministro Padilha. O ministro Padilha me ligou, mas eu não havia conversado sobre isso com ele”, afirmou Haddad.
Projeto de lei
O ministro da Fazenda lembrou que há um projeto de lei no Congresso Nacional tratando da reoneração da folha dos municípios – em linha com o que vinha sendo proposto pelo governo federal por meio da Medida Provisória.
“Já tem um projeto de lei tramitando na Câmara, corrigindo o projeto que foi aprovado o ano passado, limitando ele a algo que possa ser conformado dentro do orçamento de 2024. Está vendo da parte dos parlamentares uma compreensão de que o projeto aprovado no ano passado realmente onera o orçamento em mais de R$ 10 bilhões”, afirmou ele.
Haddad lembrou que outros trechos da medida provisória também perderam a validade, como a reoneração dos 17 setores da economia, assim como o Perse — programa para o setor de eventos.
“Nós temos que fazer um balanço de tudo que vai ser aprovado agora, porque o Perse é um problema, a desoneração da folha é um problema e a questão dos municípios é outro problema”, acrescentou o ministro.
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