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Pela primeira vez, lucro com a exportação da raiz no Espírito Santo chegou aos R$ 184 milhões, e o gengibre já é o quarto produto mais importante do agronegócio no estado. Maior exportador de gengibre do Brasil aposta na qualidade para enfrentar produto chinês
Raiz que agrada e é valorizada no mercado internacional, o gengibre é fonte de renda para mais de 3 mil famílias no Espírito Santo. O estado foi o que mais exportou o produto no Brasil em 2023, segundo a Secretaria de Agricultura. Entretanto, após dois anos positivos, o preço começa a cair devido a entrada da raiz chinesa ao mercado, e os produtores capixabas apostam na qualidade para garantir os bons resultados.
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Pela primeira vez, a produção capixaba chegou a $ 37 milhões de geração de lucros com exportação em 2023, o equivalente a R$ 184 milhões de reais. A caixa que era vendida a R$ 15 em 2022, saltou para R$ 90, em média, no ano passado, preço que segue praticado.
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O gengibre agora é o quarto produto mais importante do agronegócio capixaba, atrás somente do café, da celulose e da pimenta do reino. A produção ultrapassou em R$ 80 milhões de reais o mamão, que agora caiu para o quinto lugar neste ranking.
O Espírito Santo foi o estado que mais exportou gengibre no Brasil, em 2023.
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O extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (incaper), Galderes Magalhães, explica que fatores internacionais influenciaram no período da colheita ajudaram a alavancar os números nos últimos anos.
“A gente vem de um ano muito bom em 2023 o que se repetiu nesse começo de 2024, devido aos problemas de guerra no mundo, como em Israel. A diminuição da produção no mundo fez com que os produtores capixabas colhessem gengibre novo em janeiro, que é algo que não acontecia. Normalmente, só se arrancava nesse período gengibre que ficava do ano anterior. Mas, como o ano de 2023 teve preços muito atrativos, os produtores arrancaram 100% das suas lavouras. A China agora conseguiu chegar com o seu gengibre nos países importadores então o preço está começando a diminuir”, disse Galderes.
O produtor Leomar Schaeffer, do município de Domingos Martins, entende que a qualidade faz a diferença para o produto exportado pelo Espírito Santo.
“A exigência do consumidor de fora é, primeiramente, qualidade. Você tem que mandar só produto top de linha, não adianta botar coisa ruim na caixa, que o cliente chega, reclama e não paga. Então tem que caprichar!”, contou Leomar Schaeffer.
O gengibre é o quarto produto mais importante do agronegócio capixaba, atrás somente do café, da celulose e da pimenta do reino.
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O secretário de agricultura Enio Bergoli ressalta o profissionalismo entregue pelos produtores no Estado.
“Eu acredito na capacidade empreendedora dos produtores rurais, que trabalham com qualidade, têm custos baixos de produção e garantem qualidade. Todos os produtos que saem do estado para o mundo são auditados, sofrem uma série de análises em relação à resíduos, à sustentabilidade e os nossos produtores cumprem todos os protocolos. Saem daqui, atravessam os oceanos e vão parar em todos os continentes”.
Olho do produtor garante qualidade e produtividade
Leomar Schaeffer trocou a produção de café e apostou no gengibre há 20 anos.
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No Espírito Santo, o gengibre é produzido, especialmente, na Região Serrana, em municípios como Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins. A raiz se adaptou muito bem ao clima ameno da região.
Leomar Schaeffer, apostou no gengibre há 20 anos e hoje colhe noventa vezes mais do que produziu em seu primeiro ano.
“A gente mexia com café, mas o café não tava dando preço, aí chegava o final do ano a gente ficava sem dinheiro, sem nada. Vi outros produtores começando com gengibre e melhorando de vida. Aí eu pensei, ‘sabe de uma coisa?! Vou plantar também!’. Plantei mil quilos no primeiro ano e a produção foi só aumentando”.
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Hoje, o Leomar possui 20 hectares plantados. A previsão é colher 90 toneladas de gengibre em 2024. Para ele, o cuidado na lavoura é o que garante o sucesso da colheita.
“Tem que fazer o preparo, usar adubo orgânico, sempre colocar na hora certa, não pode atrasar. Se atrasar muito ele perde a força, a qualidade vai ser inferior”, explica.
Além disso, o controle de doenças é rigoroso. “Fazemos um trabalho de monitoramento na roça, verificando a presença de sintomas de alguma doença na parte áerea da raiz. Se está meio amarelada ou começou a secar, pode ser indício de ataque de fungo ou bactéria. Então é feita a identificação e retirada do borto, do rizoma, a verificação se tem doença realmente ou se foi dano de algum inseto, e a liberação ou descarte do broto”, descreveu Galderes Magalhães.
No galpãp, a raiz passa por limpeza, é selecionada novamente e depois embalada em caixas de papelão.
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Entre as mais de 3 mil famílias que produzem a raiz no Espírito Santo, cerca de 300 levam o gengibre para o galpão Leomar, onde a carga passa por limpeza, é selecionada novamente – além do trabalho feito na roça – e depois embalada em caixas de papelão.
Esse procedimento ocorre pelo menos duas vezes por dia, e até 50 caixas são embaladas em 24h no local. Após o empacotamento, o fruto vai para outro galpão, onde a carga toda é preparada e levada diretamente para o Aeroporto de Vitória.
Etapas detalhadas assim atendem a exigência dos Estados Unidos, países da Europa e da África, principais compradores do gengibre capixaba.
Galderes Magalhães reforça o protagonismo do Espírito Santo na produção. “Nosso produto é referência a nível mundial porque o nosso produtor trabalha com pequenas áreas, é ele quem coloca a mão no produto, quem faz a sua lida diariamente, não perde tempo. Ele já entende o momento em que a planta precisa de adubo, vai lá e coloca; entende o momento em que a planta precisa de terra, vai lá e faz processo de amontoa. Se deixar de fazer esse processo na hora certa acaba perdendo produtividade. Então essa dedicação faz com que o nosso produto, que se adaptou muito bem às nossas condições climáticas,tenha melhor desempenho”.
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