A moeda norte-americana recuou 0,34%, no menor valor desde o fim de novembro. Já o principal índice da bolsa de valores fechou em queda de 0,40%, aos 122.483 pontos. Dólar
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (23), cotado a R$ 5,92 e no menor valor desde novembro (R$ 5,9124). Com uma agenda mais vazia, o discurso de Donald Trump, novo presidente dos Estados Unidos, no Fórum Econômico Mundial foi o foco do dia.
Trump reforçou seu discurso protecionista, com o objetivo de fortalecer a economia interna e limitar a concorrência estrangeira. Prometeu criar “o maior corte de impostos da história americana” e taxar empresas que não queiram produzir nos EUA.
Nesta semana, o republicano havia reforçado sua promessa de impor tarifas de 10% à China e à União Europeia, e considerou alíquotas de até 25% contra o México e o Canadá. Mas a falta de medidas concretas sobre o tema continua a abrir espaço para uma valorização do real. (entenda abaixo)
Também nesta quinta, Trump criticou a condução das taxas de juros americanas pelo Federal Reserve (Fed) e disse que vai exigir que as taxas de juros caiam “imediatamente”.
Sem grandes destaques na agenda, investidores monitoram indicadores econômicos, como os novos dados de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e seguem atentos à temporada de balanços corporativos.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
O dólar fechou em queda de 0,34%, cotado a R$ 5,9255. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,8740. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 2,31% na semana;
recuo de 4,11% no mês e no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 1,40%, cotada a R$ 5,9455.
a
Ibovespa
O Ibovespa fechou em queda de 0,40%, aos 122.483 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,11% na semana;
ganho de 1,83% no mês e no ano.
Na véspera, o índice fechou em queda de 0,30%, aos 122.972 pontos.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Os efeitos da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos continuam a influenciar os mercados. Além das ordens executivas assinadas no primeiro dia de mandato, novas declarações de Trump sobre um possível “tarifaço” a outros países geraram incertezas sobre os impactos no comércio global.
Na terça-feira, durante um evento na Casa Branca, Trump prometeu impor tarifas à União Europeia e afirmou que seu governo já está discutindo uma alíquota de 10% sobre produtos importados da China a partir de 1º de fevereiro. Ele também ameaçou impor tarifas ao México e ao Canadá, citando preocupações com o fluxo de drogas desses países.
Embora essas tarifas estejam alinhadas com a agenda protecionista de Trump, elas são menores do que as indicadas durante sua campanha. A falta de medidas concretas traz certo alívio e abre espaço para a valorização de outras moedas em relação ao dólar.
Na prática, a aplicação de tarifas sobre produtos importados nos EUA é considerada inflacionária, pois pode elevar os preços no país. Quando os preços estão mais altos, o Federal Reserve (Fed) tende a manter os juros elevados por mais tempo para esfriar a economia e combater a inflação. Taxas elevadas nos EUA fortalecem o dólar.
Na agenda econômica, investidores avaliam novos dados de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. O número aumentou pouco na semana passada, e, sem um enfraquecimento do mercado de trabalho, reforça-se a tese de que o Fed não deve reduzir as taxas de juros na próxima semana.
Os pedidos de seguro-desemprego estaduais aumentaram para um total de 223 mil na semana encerrada em 18 de janeiro. Economistas consultados pela Reuters previam 220 mil pedidos para a última semana.
“A quantidade de trabalhadores recém-demitidos, assim como a daqueles que continuam sem emprego, segue em níveis relativamente baixos, sem indicar um aumento relevante do desemprego”, avalia Andressa Durão, economista do ASA.
Na Ásia, dados divulgados nesta quinta-feira indicaram que as exportações no Japão subiram pelo terceiro mês consecutivo em dezembro, em meio às preocupações sobre uma eventual imposição de tarifas por parte de Trump. O Banco Central japonês deve anunciar uma nova decisão de juros ainda nesta semana.
No Brasil, o mercado aguarda os novos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, que será divulgado na próxima sexta-feira. O cenário fiscal também está em foco, especialmente porque o Orçamento ainda não foi aprovado.
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