Localização Atual

##TWEET
FECHAR
Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo
Edição: 552
Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil
Edição: 551
Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes
Edição: 550
close CANCELAR
11 Abril 2024
Mais de 30 mil fazendas que estão onde não deveriam estar são beneficiadas por crédito rural, aponta Greenpeace.
A reportagem é de Murilo Pajolla, publicada por Brasil de Fato, 09-04-2024.
Um levantamento divulgado nesta terça-feira (9) pelo Greenpeace Brasil revela uma conexão direta entre instituições financeiras e o desmatamento na Amazônia. O estudo revelou que 798 imóveis rurais embargados pelo Ibama por causa de crime ambiental receberam financiamentos de bancos entre 2018 e 2022.
O relatório intitulado Bancando a extinção: bancos e investidores como sócios no desmatamento expõe que, entre 2018 e 2023, mais de R$ 43 milhões foram destinados a propriedades rurais envolvidas em diversas irregularidades socioambientais na Amazônia, como a grilagem, a pecuária em áreas protegidas e violação dos direitos humanos.
“O financiamento a crimes que derrubam a floresta e expandem a produção agropecuária na Amazônia não se limita a recursos de origens clandestinas. Parte é oferecida por grandes bancos públicos e privados que, sem controle adequado, direcionam recursos para atividades envolvidas com irregularidades”, declarou Cristiane Mazzetti, porta-voz do Greenpeace Brasil.
Entre 2018 e 2022, obtiveram crédito rural na Amazônia, segundo o Greenpeace:
Os dados revelam que o Banco do Brasil se destaca como o maior operador de crédito rural na Amazônia, sendo responsável por 44% de todos os contratos. No entanto, outras instituições financeiras também estão implicadas, incluindo Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia.
Um dos casos expostos pelo estudo é da fazenda Arizona, localizada em Rio Branco (AC). Mesmo com metade de sua área sobreposta a uma Floresta Pública Não Destinada, e um histórico de desmatamento de 420 hectares entre 2016 e 2022, o proprietário conseguiu obter mais de R$ 16,7 milhões em crédito rural de bancos públicos brasileiros.
Outro exemplo mencionado pelo Greenpeace Brasil é a fazenda Cachoeira Dourada, no Pará. Multada pelo Ibama por desmatamento ilegal em 2016 e embargada pelo órgão federal, a propriedade recebeu mais de R$ 885 mil em financiamento do Banco da Amazônia em 2019.
O relatório também destaca a presença de fazendas em terras indígenas financiadas através do crédito rural. Na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, por exemplo, fazendeiros conseguiram crédito para atividades pecuárias, contribuindo para o desmatamento ilegal e avanço das pastagens sobre o território indígena.
O Greenpeace Brasil disse que é preciso uma reforma urgente no sistema financeiro, tanto em nível nacional quanto global. A ONG ambientalista defende medidas eficazes para alinhar fluxos financeiros aos compromissos estabelecidos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade, com o objetivo de limitar o aquecimento global e frear a perda de biodiversidade.
“As nações precisam tomar medidas eficazes para garantir o alinhamento de todos os fluxos financeiros aos compromissos estabelecidos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade. Não temos mais tempo a perder, o dinheiro precisa parar de fluir para fazendas e empresas que destroem o meio ambiente e fomentam as múltiplas crises que vivemos”, diz Cristiane Mazzetti, do Greenpeace Brasil.
Em nota, o Banco do Brasil afirmou que observa critérios socioambientais na análise e condução de empréstimos e financiamentos.
“Exige-se dos tomadores de crédito a apresentação de documentos que comprovem a regularidade socioambiental dos empreendimentos. As operações de crédito contam com cláusulas que permitem a decretação do vencimento antecipado e a suspensão imediata dos desembolsos em caso de ocorrência de infringências socioambientais”, diz o Banco do Brasil.
O Banco da Amazônia declarou que critérios de avaliação de risco socioambiental estão seno aperfeiçoados e que atualmente faz uma verificação automática de embargos e de sobreposição com áreas indígenas, quilombolas, reservas públicas e unidades de conservação.
Comunicar erro
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Bancos financiam expansão ilegal do agronegócio sobre a Amazônia, revela relatório – Instituto Humanitas Unisinos – IHU
“Olá, Rio de Janeiro.” Assim começava a publicação no Facebook do Anonymous Brasil, do dia 5 de agosto, horas antes da cer[…]

Av. Unisinos, 950 – São Leopoldo – RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 – IHU – Todos direitos reservados

source

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Obrigado!

Recebemos sua mensagem com sucesso e nossa equipe entrará em contato em breve.