Por Raphael Salomão— São Bernardo do Campo (SP)
A Scania anunciou nesta terça-feira (23/4) a ampliação de sua linha decaminhõesmovidos a gás natural veicular (GNV) e biometano, com modelos de 420 e 460 cavalos de potência. A promessa é de maior autonomia e capacidade de carga em relação aos demais veículos com essa motorização, com o objetivo de ampliar operações em segmentos off road e no agronegócio.
Os lançamentos substituem o modelo anterior, de 410 cavalos de potência. Os outros integrantes da linha têm 280 e 340 cavalos. A versão mais potente leva dez cilindros de gás natural, quatro em cada uma das laterais e outros dois atrás da cabine. A capacidade total pode chegar a 300 metros cúbicos do combustível.
A autonomia passa dos 400 quilômetros dos modelos atuais para até 650 quilômetros. Segundo os executivos da empresa, o aumento da distância reduz dificuldades relacionadas a abastecimento, já que, onde a rede de gás é mais presente, a distância média entre os postos é de 400 quilômetros.
“Com esses novos modelos, vamos, basicamente, interiorizar o gás”, afirmou o gerente de vendas de soluções a frotistas da Scania Operações comerciais no Brasil, André Gentil, durante apresentação para jornalistas na fábrica da companhia, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
O caminhão com 460 cavalos de potência será apresentado pela primeira vez na Agrishow, na próxima semana, em Ribeirão Preto (SP). Mas o produto já está à venda e a expectativa é ter as primeiras unidades disponíveis em setembro.
Os executivos afirmaram que o modelo marca uma “entrada definitiva” da Scania no mercado agro com veículos a gás. A versão 6×2 pode tracionar carretas de quatro a sete eixos. Custa em torno de R$ 980 mil. A versão 6×4 comporta carretas de até nove eixos e chega a custar pouco mais de R$ 1 milhão.
No agronegócio, pelo menos no curto prazo, a avaliação da Scania é de que o principal mercado potencial está no oeste de São Paulo, especialmente no setor sucroenergético, chegando até Mato Grosso do Sul. Levar a tecnologia para outras regiões depende da demanda dos transportadores e da disponibilidade de redes de abastecimento.
A maior parte dos postos com GNV está na faixa litorânea do Brasil, o que dificulta o uso de veículos a gás no interior. Em boa parte do Estado de Mato Grosso, principal produtor nacional de grãos, e na região do Matopiba, por exemplo, deve levar mais tempo para a fabricante viabilizar negócios.
“Em Mato Grosso, a uma distância de até 650 quilômetros no raio de Cuiabá, conseguimos. Ainda não temos como levar para o Estado todo, porque não tem uma malha (de distribuição de gás) tão madura ainda”, ressaltou o diretor de desenvolvimento de negócios da Scania Operações Comerciais Brasil, Marcelo Gallao.
"Vamos buscar os embarcadores e as distribuidoras de gás. Tudo vai partir do embarcador. Ele vai gerar essa demanda”, acrescentou André Gentil. “Nosso trabalho vai ser ligar a rede em Mato Grosso do Sul com Mato Grosso”, disse.
Representatividade do agro
Atualmente, o agronegócio responde por 45% das vendas totais decaminhõesda Scania no mercado brasileiro. Com a ampliação da linha a gás natural e biometano, a expectativa é pelo menos manter essa participação, porque a tendência é dessa tecnologia substituir os veículos a diesel.
O executivo disse ainda não ter uma perspectiva de vendas desse novo caminhão ao agronegócio. Mesmo com os gargalos na rede de abastecimento de combustível e em um cenário de quebra de safra de grãos, a visão é otimista, já que o mercado demandava um veículo de maior potência e capacidade de carga.
“Não estamos tendo cancelamento de pedidos. Isso mostra que o transportador está acreditando em um segundo semestre melhor. Ele tem a necessidade de renovar a frota todo ano. Então, tem uma rotina de vendas”, disse.
A Scania lançou o primeiro caminhão movido a gás natural e biometano em 2018. Desde então, chegou a mil unidades comercializadas, contando todos os modelos da linha, das quais 900 estão em circulação e cem ainda estão pendentes de entrega. A maior parte está rodando no eixo Rio-São Paulo.
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