A moeda norte-americana recuou 0,24%, cotada a R$ 4,9105. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou com um avanço de 0,62%, aos 128.967 pontos. Dólar opera em baixa com inflação menor que o esperado
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O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (26), à medida que investidores avaliavam o resultado da prévia da inflação brasileira de janeiro, que veio abaixo das projeções do mercado financeiro, e o índice de preços PCE nos Estados Unidos, que veio em linha com o esperado.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,31% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). As estimativas eram de um avanço mais expressivo, de 0,47%.
No cenário internacional, o PCE subiu 0,2% em dezembro. Esse é considerado o principal indicador de inflação do país e pode dar dicas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em relação aos juros.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta, de olho no noticiário corporativo.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar caiu 0,24%, cotado a R$ 4,9105. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,33% na semana;
e ganhos de 1,20% no mês e no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,19%, cotado a R$ 4,9223.
Ibovespa
Já o Ibovespa fechou com alta de 0,62%, aos 128.967 pontos.
As ações da Vale subiram quase 2% após a desistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência da companhia.
Já as ações da Gol Linhas Aéreas lideraram as piores perdas do índice, com uma queda de 7,76%, após a companhia entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. (veja mais abaixo)
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,04% na semana;
quedas de 3,89% no mês e no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 0,28%, aos 128.169 pontos.
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A sexta-feira começou com a divulgação do IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do país. Em janeiro, o índice subiu 0,31%, contra uma expectativa de alta de 0,47%. O número também apresenta uma desaceleração em relação a dezembro, quando o avanço foi de 0,40%.
Com o resultado, o IPCA-15 acumulou 4,47% na janela de 12 meses. Em janeiro de 2023, a prévia da inflação foi de 0,55%.
A alta do IPCA-15 em janeiro foi puxada, sobretudo, pelo grupo de Alimentação e bebidas, que disparou 1,53% no mês. A Alimentação no domicílio, subgrupo que mede os preços de alimentos in natura, teve uma alta expressiva no mês, de 2,04%, contra 0,55% em dezembro, com destaque para os avanços nos preços da batata-inglesa (25,95%), tomate (11,19%), arroz (5,85%), frutas (5,45%) e carnes (0,94%).
O analista Maykon Douglas, da Highpar, pontua que, apesar da desaceleração da prévia da inflação em janeiro, os preços de serviços, como preço de aluguel e condomínio, por exemplo, que são considerados itens menos voláteis, vieram mais fortes.
“Até o momento, os recentes números de inflação possuem efeito neutro para a política monetária, uma vez que se mantém o ‘plano de voo’ do BC para os cortes de juros. Mas vale notar que estes dados mostram uma cara mais ‘feia’ não apenas para alimentos, mas também os serviços. O processo de desinflação continua, mas é preciso atenção”, diz o analista.
Ainda por aqui, investidores também repercutiram o noticiário corporativo, com destaque para a Vale. As ações da companhia subiram nesta sexta-feira, após a notícia de que o presidente Lula desistiu de emplacar o ex-ministro Guido Mantega como presidente da Vale.
Segundo o Blog da Ana Flor, o presidente da República vinha se movimentando para levar Mantega ao comando da empresa desde o início do ano, mas o gesto que não foi bem recebido pelo mercado e, diante das resistências, Lula voltou atrás.
Lula percebeu que seria uma tarefa muito difícil colocar o seu ex-ministro em um lugar que depende do voto de 13 conselheiros. O governo federal não detém mais a maioria do conselho, porque a venda de ações na gestão do ex-ministro Paulo Guedes na Economia fez da Vale uma Corporation.
O noticiário envolvendo a Gol Linhas Aéreas também ficou no radar. As ações da companhia despencavam após a empresa ter entrado com um pedido de reestruturação financeira nos EUA, por meio do chapter 11.
A medida se assemelha com a recuperação judicial brasileira, e serve para momentos de reequilíbrio financeiro de empresas endividadas.
De acordo com a empresa, o objetivo do processo é reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e “fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo”. As dívidas da companhia são estimadas em R$ 20 bilhões.
Em nota divulgada à imprensa, a Gol informou que todos os voos estão operando conforme programado e todas as passagens aéreas e reservas permanecem em vigor. A afirmação foi reforçada pelo CEO da empresa, Celso Ferrer, em entrevista a jornalistas.
Já no cenário internacional, investidores repercutem a divulgação do índice PCE, o indicador de inflação favorito do Fed. O PCE subiu 0,2% em dezembro, em linha com as expectativas. No entanto, o resultado anual do núcleo do índice, que exclui itens mais voláteis, veio um pouco melhor que o esperado: uma alta de 2,9%, contra as projeções de 3%.
“A inflação americana voltou a dar sinais de convergência para o patamar pré-pandemia, mais próxima da meta de 2%. É uma excelente notícia para a política monetária dos EUA”, avalia Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Os números aumentam as expectativas sobre os rumos das taxas de juros nos Estados Unidos. Atualmente, os juros na maior economia do mundo estão entre 5,25% e 5,50% ao ano, e há muita expectativa sobre quando o Fed deve iniciar o ciclo de corte nos juros.
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