Todo início de ano, faço questão de refletir sobre o passado e traçar planos para o futuro. Agora, como CEO da Ciarama Máquinas, concessionário John Deere no Mato Grosso do Sul, essa tradição se mantém.
Este será o quarto ano consecutivo em que compartilho minhas análises, e fico muito satisfeito ao ver como algumas Agtechs, mencionadas em artigos anteriores, não apenas atenderam, mas superaram minhas expectativas em receita, crescimento e captação de investimentos. Empresas como GoFlux, Traive, Terra Magna, Seedz, Krilltech, Bart Digital, Openeen, Aliare, entre outras, têm brilhado nos noticiários.
Meus critérios são simples: inovação do produto, ou seja, a solução efetiva para os desafios enfrentados pelos agricultores/pecuaristas, a facilidade de adoção do processo (antes, dentro ou após a porteira) e o talento das pessoas envolvidas na gestão. Este texto tem o propósito de apresentar um pouco mais sobre essas Agtechs, permitindo que todos nós, assim como eu, possamos acompanhar seu crescimento e realizações ao longo do ano de 2024.
Vale lembrar também que o Farmnews destacou recentemente outro estudo do Renato Seraphim que destaca para o momento único de transformação do varejo agrícola no Brasil, um mercado muitas vezes ignorado pelo grande público, que é um mercado estimado em R$350 bilhões. Clique aqui e confira!
2024 está se desenhando como muito desafiador para o agronegócio brasileiro. Além das questões macroeconômicas, as relações globais de estoque/consumo permanecem historicamente altas, exercendo pressão sobre os preços dos produtos nas bolsas de referência, prometendo ser mais um ano de cotações globais pressionadas para grãos e matérias-primas, afetando os preços das commodities e reduzindo a rentabilidade dos agricultores. Esse cenário faz com que eles reavaliem seus investimentos e apetite por tecnologia.
Segundo o relatório de investimentos da Agfunder para a América Latina em 2023, o Brasil lidera o mercado latino-americano de startups de agrifoodtech, detendo quase 50% da participação. As principais teses de investimento para 2024 são Agfintechs, Biológicos, Marketplaces e Climatechs, áreas em que vou concentrar minhas escolhas.
As Agtechs enfrentam desafios diversos, destacando-se a dificuldade de acesso a capital nas fases iniciais e a escalabilidade do negócio além de a de encontrar profissionais qualificados, especialmente frente às grandes tendências tecnológicas, como Inteligência Artificial, IoT, automação, digitalização, machine learning e aumento da conectividade.
Apesar das tecnologias de ponta apontarem para o futuro da agropecuária, o Brasil ainda enfrenta desafios, como a baixa presença da rede de telefonia no campo e a lenta instalação da rede 5G. Uma tendência forte que merece atenção é o uso de tecnologias sustentáveis.
Embora a tecnologia ofereça oportunidades para otimizar a produção agrícola, sua rápida evolução pode representar desafios para alguns agricultores. A implementação de tecnologias como agricultura de precisão, inteligência artificial e automação demanda investimentos significativos e treinamento adequado. Agricultores que não conseguem acompanhar essas mudanças podem enfrentar dificuldades na gestão eficiente de suas operações.
Entender esse contexto que o agricultor está vivendo é o grande desafio dessas Agtechs e levando isso em consideração e esses aspectos em mente, compartilho minha visão sobre as 10 Agtechs que se destacarão em 2024.
A SciCrop, fundada em 2015 por José Damico e Renato Ferraz, surge como um farol na convergência entre ciência de dados, tecnologia e agronegócio. Com uma sólida bagagem adquirida em importantes instituições financeiras do Brasil, os fundadores identificaram, ao analisar o setor do agronegócio, um vasto potencial de crescimento. Foi a partir desse insight que decidiram explorar como a inteligência artificial, o Big Data, os algoritmos e a preditividade poderiam impulsionar a transformação digital no campo.
Em um cenário onde a análise de dados se torna vital, a SciCrop destaca-se pela expertise na integração de dados. Nenhuma análise de dados é possível sem acesso e confiabilidade nas informações, e a empresa foca em superar um dos maiores desafios enfrentados pelas organizações: a falta de disponibilidade e confiabilidade dos dados.
O grande diferencial da SciCrop reside na integração de dados, proporcionando às empresas a consolidação de informações em um único barramento de API. Essa abordagem não apenas facilita a acessibilidade aos dados, mas também permite o início de novos sistemas sob uma arquitetura moderna e eficiente. A empresa se destaca ao oferecer sua experiência na unificação de dados críticos para o analytics, facilitando o armazenamento, processamento e visualização dessas informações.
Na ótica da transformação digital, a capacidade de integrar todos os dados é o coração do processo. A SciCrop, ao desempenhar esse papel essencial, contribui significativamente para a eficiência no uso do tempo e na tomada de decisões mais assertivas. Afinal, a verdadeira transformação digital não se trata apenas de adotar tecnologias avançadas, mas de utilizar dados de maneira inteligente para impulsionar a eficiência e a eficácia nas operações.
Em um mundo onde a análise de dados é o novo padrão, a SciCrop se posiciona como uma líder que não apenas compreende a importância dos dados, mas também oferece soluções concretas para os desafios enfrentados pelas empresas no agronegócio. Ao unir ciência de dados e tecnologia de maneira inovadora, a SciCrop está moldando o futuro do agronegócio brasileiro.
A Grandeo, empresa especializada em tecnologia analítica, destaca-se como um protagonista na aplicação de conceitos avançados de Agricultura de Decisão para gerar insights diretamente no campo. A abordagem da Grandeo envolve análises de solo, análises foliares, agroquímicos, fertilizantes e avaliação do vigor da cultura, direcionada principalmente para os mercados de cultivo de grãos, cana-de-açúcar, hortaliças e outros.
Uma inovação de destaque da Grandeo é o desenvolvimento de um aparelho portátil que utiliza tecnologia de infravermelho próximo (NIR, do inglês Near Infrared) para avaliar instantaneamente diversos indicadores em todas as fases de um cultivo. Esta tecnologia, em minha opinião, representa um marco significativo, pois atende às demandas analíticas de diferentes segmentos, como solos, fertilizantes, grãos e agroquímicos, entre outros.
A tecnologia NIR destaca-se pela sua capacidade de realizar análises rápidas e não destrutivas. Este método contribui para a redução dos custos laboratoriais, uma vez que dispensa o uso de reagentes químicos ou outros insumos. Além disso, a portabilidade do equipamento permite a realização das análises diretamente no campo, otimizando o tempo e agilizando o processo decisório.
De maneira simplificada, o NIR realiza uma análise baseada no nível de vibração da ligação química das moléculas da amostra. A energia projetada sobre a amostra identifica o tipo de ligação química, a quantidade e o tipo de elementos presentes. No caso da soja, por exemplo, é possível quantificar o teor de umidade, proteína, gordura, matéria mineral, entre outros indicadores. O equipamento pode ser calibrado para atender diversas outras culturas e indicadores.
A versatilidade da tecnologia NIR não se limita à análise de composição, mas também se estende à classificação de produtos. É possível determinar se uma semente pertence a uma variedade específica, avaliar a qualidade da cana-de-açúcar no campo antes da colheita, verificar teores de nutrientes em fertilizantes, analisar a autenticidade de agroquímicos, evitando riscos de falsificação ou desvios nos teores acordados.
Um ponto adicional que merece destaque é a liderança da Grandeo por Leonardo Sologuren, um empreendedor dedicado e profundo conhecedor do agronegócio brasileiro. Sua visão estratégica e comprometimento impulsionam a Grandeo a desempenhar um papel fundamental na transformação do setor, consolidando-se como referência em tecnologia analítica no agronegócio.
Ao longo do tempo, já tive a oportunidade de abordar a Agrotoken em artigos anteriores, no entanto, nunca a havia destacado como uma das principais inovações do ano. Contudo, em 2024, diante da crescente necessidade de racionalização, liquidez e tomada de decisões mais criteriosas no processo de comercialização agrícola, acredito firmemente que a Agrotoken está prestes a se tornar uma protagonista no cenário brasileiro.
Esta Agtech, originária da Argentina, obteve recentemente aportes significativos de gigantes como Visa e Bunge. Seu objetivo é claro e ambicioso: ser a pioneira global na tokenização de commodities agrícolas, estabelecendo um ecossistema eficiente, seguro e confiável que transforma a produção agrícola em ativos digitais lastreáveis.
Os Agrotokens, criados por essa inovadora plataforma, possibilitam transações comerciais e financeiras com o respaldo direto de grãos. Seu valor é vinculado aos preços de commodities-chave, como soja, milho e trigo. Essa abordagem oferece simplicidade e flexibilidade, permitindo que o agricultor troque sua produção quando, onde e na quantidade desejada. Além disso, a utilização de tecnologia blockchain assegura que essas transações sejam simples, rápidas, digitais e, acima de tudo, seguras.
A adoção de Agrotokens representa uma revolução para os agricultores, abrindo um vasto leque de possibilidades e benefícios. O processo de tokenização dos grãos ocorre de maneira 100% online, com os Agrotokens sendo depositados diretamente na carteira do agricultor. A partir desse ponto, ele pode utilizá-los a partir de seu telefone celular ou computador, trocando sua produção por sementes, veículos, máquinas, combustível, serviços e até mesmo como garantia para obtenção de empréstimos.
Este novo ecossistema não apenas simplifica as transações comerciais com commodities agrícolas, mas também assegura a segurança e a redução de custos. Os Agrotokens emergem como uma nova moeda estável e garantida, tornando-se uma alternativa viável em qualquer parte do mundo. Isso proporciona ao agricultor facilidade nas transações e financiamentos, representando um passo significativo em direção à modernização e eficiência no agronegócio brasileiro.
Em 2024, a Agrotoken não é apenas uma inovação tecnológica; é uma promissora ferramenta que está prestes a revolucionar a forma como os agricultores conduzem seus negócios, tornando o processo de comercialização agrícola mais eficiente, seguro e globalmente acessível.
Quando elaborei minha lista de empresas inovadoras, inicialmente hesitei em incluir a Superbac por já não a considerar uma startup e sim uma empresa já madura e estabelecida.
No entanto, ao constatar sua presença no radar das Agtechs, não pude deixar de reconhecer essa empresa como uma das mais revolucionárias e inovadoras que já tive o prazer de conhecer.
Minha admiração pelo fundador Luiz Chacon e pelo ex-vice-presidente Mozart Fogaça cresceu à medida que tive a oportunidade de conhecer mais sobre a Superbac. Em 2019, enquanto desempenhava o papel de CEO da Agro100, tive um contato direto com essa empresa quando iniciamos nossa parceria com o Organo fertilizante. A liderança e visão de futuro do produto, sob a tutela de Rodrigo Bussadori, permitiram que crescesse exponencialmente em nossas vendas, chegando ao ponto de criarmos uma marca proprietária.
A tecnologia Superbac surge como resposta a duas necessidades cruciais no cenário agrícola brasileiro. Em um país altamente dependente das importações de fertilizantes e suscetível às flutuações de preços, a Superbac oferece uma solução que não apenas melhora o solo, mas também reduz significativamente a dependência dessas importações. Com metade da matéria-prima sendo produzida internamente, a empresa contribui para a autossuficiência do Brasil nesse setor estratégico.
O diferencial da Superbac reside na combinação única de elementos básicos com biotecnologia, tornando seu produto uma verdadeira inovação no cenário brasileiro. Não se trata apenas de um fertilizante orgânico, mas de uma solução que incorpora a inteligência das bactérias para promover o equilíbrio nutricional nas plantas.
Por meio de sua robusta estrutura de pesquisa e desenvolvimento, a Superbac se consolida como líder em bio inovação, destacando-se na substituição sustentável e economicamente viável de processos produtivos. A atuação das bactérias promove uma melhoria exponencial na produtividade da indústria e do campo, ao mesmo tempo em que contribui para a regeneração do planeta.
A Tecnologia Smartbac é a marca registrada da Superbac, apresentando bactérias inteligentes que operam em três áreas principais. Na agricultura, a empresa oferece soluções biotecnológicas para promover equilíbrio nutricional em plantas de pequenos e grandes cultivos. Na etapa biológica de estações de tratamento de efluentes, a Superbac aprimora a capacidade de degradação de contaminantes, otimizando a eficiência do sistema. Além disso, a empresa desenvolve soluções para a degradação de resíduos derivados de petróleo e organoclorados, priorizando opções ecologicamente corretas e livres de subprodutos tóxicos.
A Superbac não apenas transforma a agricultura brasileira, mas também desempenha um papel essencial na construção de um futuro mais sustentável e equilibrado. Sua atuação abrange setores-chave, contribuindo para a segurança alimentar, gestão de resíduos e preservação ambiental. A Superbac não é apenas uma empresa inovadora; é uma parceira estratégica no caminho para um agronegócio mais sustentável e eficiente.
Uma prova disso é o recente lançamento de dois produtos para proteção de plantas sendo um bionematicida com um blend de três Bacillus e um fungicida também em mesclas, e que tem o diferencial que sempre o agricultor busca: Maior tempo de prateleira, não necessidade de refrigeração e a consistência dos resultados. Com isso, no setor agrícola, a Superbac vira um superplayer com presença nas áreas de nutrição de plantas, regeneração do solo e agora também na proteção de plantas.
Na minha busca por inovações e avanços no cenário empresarial brasileiro, uma empresa que inicialmente passou despercebida na minha lista agora se destaca em todas as minhas explorações pelo país. Estou me referindo à Agrotools, uma Agtech que demonstrou uma notável agilidade ao reposicionar seus produtos e soluções.
Minha primeira impressão ao conhecer a Agrotools foi a de que se tratava apenas de mais um ERP voltado para o agricultor. No entanto, ao longo dos anos, a empresa passou por uma notável transformação, expandindo seu escopo e sua abrangência. Atualmente, ela se destaca como uma Agtech que não apenas visa atender às necessidades do agricultor, mas também compreende a interconexão com outras empresas relacionadas ao setor agrícola, desenvolvendo soluções conectadas para cada uma delas.
Após quase uma década desde sua fundação, a Agrotools se consolidou como uma plataforma geográfica que se tornou uma fonte valiosa de informações. A empresa reúne os maiores bancos de dados do agronegócio e conta com uma equipe especializada em interpretar, analisar e simplificar essas informações para seus usuários. Na prática, as ferramentas oferecidas pela Agrotools possibilitam que todos os participantes da cadeia agroindustrial compreendam o que está ocorrendo com fornecedores e clientes espalhados pelo território rural, estreitando a relação entre o ambiente rural e as empresas corporativas e conectando territórios a negócios.
Com uma cobertura que abrange mais de 200 milhões de hectares, a Agrotools possui a capacidade de fornecer informações precisas sobre plantios irregulares em áreas indígenas ou de preservação permanente. Isso significa que Traders e comercializadoras têm em mãos as ferramentas necessárias para destacar ao mundo a sustentabilidade e a dinâmica da agricultura brasileira.
Outras soluções que se destacam:
Analise os riscos de cada território: Prospecção de clientes, Qualificação de clientes, Constituição de limites e garantias, Concessão, subscrição e monitoramento, Quitação e renovação
Gestão da cadeia de Suprimentos
Soluções para Seguro Rural e para vendas no agronegócio a fim de gerenciar melhor sua carteira de clientes.
Não é surpresa que, de acordo com a Startse, a Agrotools seja apontada como a única entre as Agtechs brasileiras candidata a atingir o status de unicórnio em 2024. Essa projeção reflete não apenas o sucesso da empresa em se adaptar às necessidades do mercado, mas também a sua relevância crescente no cenário global de tecnologia e inovação no agronegócio. A Agrotools, com sua visão abrangente e soluções conectadas, está trilhando um caminho promissor rumo ao topo do ecossistema de startups brasileiras.
O avanço da nanotecnologia na atualidade é evidenciado pelo Banco de Dados de Produtos de Nanotecnologia, que registra a existência de mais de nove mil produtos baseados nessa tecnologia no mercado, dos quais apenas 231 encontram aplicação no agronegócio. Desde revestimentos inteligentes para tratamento de sementes até nano cápsulas para liberação controlada de agroquímicos, fertilizantes e produtos biológicos, as possibilidades de aplicação são vastas e continuam a se expandir.
No contexto brasileiro, além da já mencionada Krilltech em anos anteriores, uma Agtech tem se destacado na produção de produtos aplicando a nanotecnologia: A NanoScoping é uma empresa brasileira que teve sua origem em 2014 em Florianópolis, fundada pelas pesquisadoras Dra. Beatriz Veleirinho e Dra. Letícia Mazzarino. Ganhadora dos mais diversos prêmios de inovação no Brasil, hoje possui atuação em mais de 30 países.
No segmento agrícola, a NanoScoping adota a nano encapsulação de produtos naturais para ampliar a eficácia da aplicação em plantas e animais. O propósito é proporcionar maior proteção contra inimigos naturais, efeito residual aprimorado, além de ingredientes mais seguros e uma tecnologia totalmente sustentável. Por todas essas razões, vislumbro um espaço significativo para o crescimento desse mercado na agricultura, embora dados específicos ainda sejam escassos. Em relação à saúde humana, estima-se que o uso da nanotecnologia abranja um mercado de US$ 310 milhões até o final de 2025.
A tecnologia de nano encapsulação é fascinante devido à sua capacidade de reduzir perdas causadas por volatilização e degradação, simplificando o manuseio de materiais e diminuindo o número de aplicações necessárias. O tamanho reduzido das nanopartículas permite uma cobertura mais ampla da superfície da planta ou animal, proporcionando uma maior uniformidade de ação ao princípio ativo. A liberação gradual dos ativos é possível devido à aderência mais eficiente do sistema nano estruturado às folhas das plantas e aos pelos dos animais, resultando em um efeito mais prolongado dos produtos.
Dentre os insumos oferecidos pela NanoScoping, destaco aqueles desenvolvidos a partir de óleos vegetais encapsulados em nanopartículas biodegradáveis, agrupados na linha denominada Nano Agro. Com partículas de tamanho nanométrico, aproximadamente 200 nanômetros, esses insumos possibilitam uma distribuição e penetração mais eficazes dos ingredientes ativos na superfície vegetal. A maior capacidade de dispersão dos produtos intensifica sua atividade inseticida, fungicida e bactericida. Estamos diante de tecnologias inovadoras já presentes e disponíveis para os produtores brasileiros, contribuindo para a sustentabilidade e eficiência no agronegócio.
Em meu fascínio pela nanotecnologia, não posso deixar de mencionar o trabalho excepcional realizado na área pelo grupo do Dr. Valtencir Zucolloto, da Universidade de São Paulo em São Carlos (USP). O GNANO se destaca pela pesquisa de ponta associada ao agronegócio brasileiro. Sua contribuição abrange desde o desenvolvimento de novos produtos até parcerias estratégicas com importantes players do mercado. Essa iniciativa não apenas impulsiona a inovação na agricultura, mas também fortalece a posição do Brasil no cenário global de pesquisa e desenvolvimento.
Em conclusão, a presença da nanotecnologia na agricultura brasileira, representada pelas realizações da KrillTech, da NanoScoping e do Grupo do Dr. Valtencir Zucolloto, promete transformar significativamente o setor. As aplicações inovadoras, como a nano encapsulação de insumos e os produtos baseados em nanotecnologia, não apenas aumentam a eficácia das práticas agrícolas, mas também contribuem para a sustentabilidade ambiental.
A busca contínua por soluções avançadas e a parceria entre a academia, startups e grandes empresas evidenciam o potencial desse setor em expansão. À medida que mais dados e pesquisas são realizados, podemos antever um futuro promissor para a interseção entre nanotecnologia e agronegócio no Brasil.
O agronegócio brasileiro, apesar de sua pujança, enfrenta desafios significativos em sua jornada para aumentar a competitividade. Um dos obstáculos mais prementes é a questão logística, uma lacuna que contribui para encarecer o chamado “Risco Brasil”. Problemas estruturais, como a má situação das estradas, o roubo de cargas, custos operacionais elevados e desafios na gestão de pessoas, tornam-se entraves à eficiência do setor.
Em resposta a essa necessidade, jovens empresários de Campo Mourão, cidade que abriga a maior cooperativa brasileira, a Coamo, decidiu empreender uma solução inovadora. A Agtech que emergiu desse esforço tem se destacado ano após ano, prometendo revolucionar a logística no agronegócio. Sob a liderança de Durval Carneiro, atual CEO da empresa, a plataforma digital surge como uma resposta eficaz à demanda por uma conexão simplificada e digitalizada entre quem embarca e quem transporta.
Durval Carneiro, com sua vasta experiência no agronegócio, proveniente de atuações em sementeiras, cooperativas e revendas, identificou de perto as dores enfrentadas no setor logístico. Essa percepção levou à criação de uma plataforma que coloca o controle logístico nas mãos dos operadores. Nela, o operador lança o frete na plataforma para o transporte, e as transportadoras cadastradas são notificadas para apresentar suas condições. O embarcador, por sua vez, analisa as ofertas e a reputação das transportadoras, contrata a melhor oferta, a transportadora efetua a entrega, e o destinatário avalia a qualidade da entrega, pontualidade e classifica a transportadora.
O processo é conduzido de maneira simples, rápida e segura, proporcionando não apenas eficiência operacional, mas também uma série de benefícios adicionais. Entre esses benefícios, destacam-se a otimização de tempo nas cotações, acesso às melhores condições, a formação de grupos de transportadoras favoritas, a inclusão de documentação necessária diretamente na plataforma, o acompanhamento em tempo real e a disponibilidade de um dashboard completo para cada cliente.
O impacto dessa plataforma vai além da simplificação das operações logísticas; representa uma verdadeira transformação na forma como o agronegócio lida com seus desafios logísticos. Ao integrar tecnologia, praticidade e segurança, a Agtech se posiciona como uma aliada essencial para impulsionar a eficiência e a competitividade do agronegócio brasileiro. À medida que essa inovação se expande, abre-se um horizonte promissor para uma logística mais ágil e eficaz no coração da produção agropecuária nacional.
O Brasil, com seus 203 milhões de habitantes, enfrenta desafios significativos no setor de saúde, especialmente quando se trata da população que depende do Sistema Único de Saúde (SUS), estimada em 152,1 milhões (IBGE, 2023). No entanto, ao direcionarmos nosso olhar para o setor agrícola, onde 5 milhões de produtores rurais e quase 18 milhões de trabalhadores contribuem para o desenvolvimento do país, deparamo-nos com uma realidade complexa.
Muitos desses empresários rurais, responsáveis por sustentar uma parte significativa da população, enfrentam desafios ao oferecer planos de saúde de qualidade para seus colaboradores. Os altos custos e a falta de cobertura em determinadas áreas contribuem para essa dificuldade, impactando não apenas a saúde dos trabalhadores, mas também a produtividade e a eficiência no campo.
O problema torna-se ainda mais evidente ao considerarmos o absenteísmo, que pode resultar em custos elevados devido a faltas no trabalho, queda na produção, deslocamentos longos até centros de saúde, filas de espera, entre outros obstáculos.
Uma luz no fim do túnel surge com a iniciativa inovadora da startup Dr. Orienta, que oferece tele consultas para qualquer lugar do Brasil, inclusive áreas rurais. Com atendimento imediato, consultas ilimitadas, 24 horas por dia, 7 dias por semana, e sem a necessidade de internet ou aplicativo, a plataforma se torna uma solução acessível e eficaz para a comunidade agrícola.
Em um país onde estima-se que mais de 450 milhões de aparelhos celulares estão em circulação, a telemedicina se mostra uma ferramenta prática e essencial. A Dr. Orienta atende a essa demanda, proporcionando um canal direto entre médicos capacitados e os trabalhadores rurais, sem exigir agendamentos, coparticipações ou pagamentos extras por atendimento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos de saúde no mundo podem ser resolvidos por meio de tele consultas. Esse enfoque não apenas melhora a eficiência, reduzindo faltas no trabalho e deslocamentos desnecessários, mas também promove uma melhor qualidade de vida para os colaboradores, enfatizando a importância do tratamento preventivo.
A regulamentação da telemedicina, fortalecida durante a pandemia, oferece segurança jurídica, permitindo emissão de receitas médicas, pedidos de exames e atestados. A Dr. Orienta, já consolidada em Goiás com mais de 250.000 resoluções de casos sem deslocamento para postos de saúde ou hospitais, ampliou sua abrangência ao estabelecer um convênio com os Correios, tornando a contratação do plano acessível, rápida e sem burocracias.
Essa iniciativa não só oferece uma solução valiosa para o setor agrícola, mas também destaca a importância de empresas comprometidas com o ESG (Ambiental, Social e Governança), proporcionando qualidade de vida e acesso à saúde para aqueles que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do agronegócio brasileiro. A Dr. Orienta, ao facilitar o acesso à saúde em áreas rurais, representa não apenas uma oportunidade para as empresas agrícolas, mas também uma promissora alternativa para pequenos produtores e trabalhadores rurais sem plano médico. Com sua abordagem prática e eficiente, a Dr. Orienta está pavimentando o caminho para um futuro mais saudável e sustentável no campo brasileiro.
O setor agrícola brasileiro está passando por uma revolução silenciosa, impulsionada por empresas inovadoras que aproveitam duas das qualidades mais fundamentais desse segmento: o cooperativismo e o uso sustentável da energia solar. Uma agtech em particular destaca-se nesse cenário, oferecendo uma abordagem única que pode transformar o agricultor em um dos maiores produtores de energia limpa do planeta.
Em minhas palestras, tenho ressaltado a oportunidade que os agricultores têm hoje de se tornarem protagonistas na produção de energia limpa. A inovação chave trazida por essa Agtech é o conceito inovador de compartilhamento de usinas solares dentro das propriedades rurais. Essas usinas não apenas fornecem energia para o consumo interno da propriedade, mas também abrem a possibilidade de gerar renda extra por meio da comercialização de créditos de energia através de cooperativas.
Para aqueles que não possuem os painéis solares em suas propriedades, mas fazem parte da cooperativa, a vantagem é clara: uma redução de até 25% em seus custos de energia, ou seja, empresários que não têm a capacidade de investir em painéis solares, seja por limitações de capital ou disponibilidade de terreno, podem adquirir energia desses agricultores cooperados, resultando em uma redução significativa nos custos operacionais.
A essência do cooperativismo é evidente nesse modelo inovador, onde todos participam, todos cooperam e todos ganham. A cooperação não apenas fortalece a sustentabilidade do setor, mas também cria oportunidades econômicas para todos os envolvidos.
Além do aspecto cooperativo, algumas vantagens-chave dessa Agtech incluem o uso de uma tecnologia proprietária desenvolvida para a gestão eficiente de créditos e débitos de energia. Essa abordagem tecnológica oferece transparência e eficácia na administração dos recursos energéticos compartilhados.
Outro diferencial importante é a acessibilidade da adesão à cooperativa de geração de energia compartilhada. A simplicidade e agilidade desse processo contrastam com a burocracia muitas vezes associada a iniciativas semelhantes. A abordagem “ganha-ganha” para todos os participantes reforça a atratividade e viabilidade dessa solução inovadora.
A convergência entre a ideia do cooperativismo, a integração entre quem produz e quem consome, e a adoção sustentável da energia solar posiciona essa Agtech como uma peça-chave na transformação do cenário energético no agronegócio brasileiro. Ao promover uma energia limpa, barata e acessível, essa inovação não apenas contribui para a eficiência operacional, mas também coloca o setor agrícola como um protagonista na transição para fontes de energia mais sustentáveis.
Assumir o cargo de CEO na Ciarama Máquinas proporcionou-me uma surpresa empolgante ao descobrir que a empresa já estava utilizando a plataforma da EE Móvel. Apesar de minha familiaridade com a organização de minhas experiências anteriores, a abrangência necessária para minha atuação anteriormente limitou nossa proximidade. No entanto, na Ciarama, a implementação desta plataforma revelou-se uma ferramenta extraordinária, fornecendo aos executivos conhecimentos precisos sobre nossa área de atuação, localização e interações com proprietários.
A utilidade da plataforma transcende as expectativas, permitindo-me compreender o potencial de mercado da Ciarama. Desde áreas agriculturáveis até regiões com possibilidades de conversão e Áreas de Preservação Permanente, posso analisar minuciosamente nossos clientes atuais e avaliar as oportunidades para oferecer mais em termos de equipamentos, serviços, peças e tecnologia – que é o cerne de nossa organização. Além disso, a plataforma oferece a chance de ampliar nossa participação de mercado e otimizar a efetividade do time comercial.
Como agrônomo, reconheço as dificuldades enfrentadas ao percorrer estradas rurais sem uma rota definida, sem conhecer o cliente ou seu potencial. A EE Móvel Agro surge como uma solução eficiente, facilitando a interação com nossos agricultores. Ao encontrar seus contatos, avaliar propriedades, identificar segmentos agrícolas, analisar tipos de solo, fatores ambientais e históricos de produção, a plataforma transforma a abordagem comercial.
Essa tecnologia proporciona ao meu time a capacidade de elaborar estratégias de vendas mais refinadas, implementar rotinas comerciais de visitas mais apropriadas e eficientes, além de saber exatamente quando e o que oferecer aos clientes. A EE Móvel Agro não apenas simplifica a gestão da equipe comercial, mas também potencializa nossas operações, tornando-se uma peça crucial no avanço do agronegócio na Ciarama Máquinas. À medida que exploramos as nuances do mercado, somos capacitados a oferecer soluções cada vez mais personalizadas, destacando-nos como líderes na vanguarda da inovação no setor.
Ao explorarmos as inovações proporcionadas pelas Agtechs e suas tecnologias revolucionárias, vislumbramos o potencial de criar empresas não apenas duradouras, mas também sustentáveis, com um compromisso autêntico voltado para nossos agricultores. Estamos diante de uma era em que a fusão entre a paixão pelo agronegócio e a inovação tecnológica pode transformar radicalmente a forma como enfrentamos desafios e aproveitamos oportunidades.
Que nossas Agtechs continuem a trilhar o caminho da inovação, guiadas pela missão de oferecer soluções práticas, eficazes e centradas no agricultor. Que cada avanço represente não apenas um passo à frente no mundo tecnológico, mas também um salto gigante em direção a um futuro agrícola mais resiliente, produtivo e sustentável.
Que cada solução desenvolvida, cada plataforma implementada e cada avanço tecnológico alcance seu objetivo máximo ao facilitar o trabalho árduo do agricultor, impulsionando a produtividade, reduzindo custos e promovendo uma agricultura mais sustentável.
Como entusiasta fervoroso do agronegócio, minha esperança é que todas essas tecnologias não sejam apenas avanços técnicos, mas instrumentos poderosos que atendam às necessidades de nosso herói maior: O Agricultor.
E além dos destaques entre as Agtechs para 2024, Renato Seraphim destacou que os problemas do varejo tradicional servem de alerta para o varejo agrícola. Confira um caso de superação e os fatores que o levaram a essa transformação! Clique aqui e confira!
Clique aqui e receba os estudos do Farmnews pelo WhatsApp!
[hfe_template id=’75279′]