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Jornalista, formada pela UnB. Trabalhou na Folha de S.Paulo e em O GLOBO. Há 25 anos integra a equipe do Correio Braziliense. É comentarista da TV Rede Vida
Dubai, Emirados Árabes — A contar pelas exposições de árabes e brasileiros na Brazil Emirates Conference, promovida pelo Lide (líderes empresariais), Brasil e Emirados Árabes têm tudo para promover a parceria perfeita na área do agro e infraestrutura. Na segunda etapa da visita de empresários brasileiros ao Oriente Médio, nesta quinta-feira (7), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues foi incisivo ao dizer aos árabes que, sem recursos e financiamentos, o Brasil não atingirá a previsão da OCDE a respeito do crescimento de alimentos no mundo — que calcula a necessidade de, em 10 anos, ampliar em 40% a produção brasileira para que a oferta mundial cresça 20%. “Temos terra, mas não temos recursos”, afirmou.
Se os brasileiros precisam de financiamento, os Emirados pretendem ser o entreposto para a região onde vivem. “A maior parte dos países da região importa alimentos. Portanto, vislumbramos um papel estratégico para os Emirados se tornarem um corredor, um porto ideal para a região”, disse o presidente do Grupo de Indústria de Alimentos dos Emirados Árabes, Saleh Lootah. A entidade equivale, na organização da indústria brasileira, à Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNC).
Lootah já esteve algumas vezes no Brasil e dá um conselho aos empresários e ao governo brasileiro: “Gostaria de ver o Brasil fazendo mais marketing e uma abordagem mais agressiva. Segurança alimentar é um problema para nós. Quando fomos atingidos pela covid foi um desafio, porque a maior parte dos países importa alimentos. Importamos proteínas, carnes, frango, soja, olhamos para frutas, café e outros, porque pode ter grande potencial. É preciso explorar mercado”.
O que vale para os agricultores, em termos de exportação, pode valer para os empresários da área de infraestrutura. Porém, em vez de abastecer o mercado brasileiro, o interesse é de grandes fundos de investimentos explorar o mercado na América do Sul. “O Brasil está entrando num superciclo de investimentos.
A área de Transporte e mobilidade apresenta uma oportunidade gigantesca. Precisamos da ajuda do investimento que vem desta região do planeta”, diz Miguel Seta, CEO da CCR, empresa que detém a concessão de 17 aeroportos no Brasil, além de rodovias. Seta começou esta semana um road show no Oriente Médio a fim de levar investidores para esse segmento de infraestrutura.
O Brasil hoje tem poucos recursos para investir nessa área. Em 2023, os investimentos foram de 1,79% do PIB, perto de R$ 200 bilhões, sendo R$ 47 bilhões do setor público. Para este ano, espera-se 1,87% do PIB. “O Brasil poderia estar rodando com 4% do seu PIB em investimento em infraestrutura. Há potencial para isso, mas é preciso parcerias”, disse Seta, durante sua palestra no Lide Brazil Emirates Conference.
Esses investimentos podem, inclusive, servir para fortalecer o agro. Francisco Matturo, secretário de Agricultura de São Paulo durante o governo Doria, está preocupado com as mudanças climáticas e lembra que o país hoje depende muito de caminhões para o escoamento da produção. “Transporte e armazenagem é o que mais precisamos”, diz.
A repórter viajou a convite do grupo Lide
 

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