Um importante instrumento para o desenvolvimento econômico da região, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) tem um orçamento previsto de R$ 38,7 bilhões para 2024. Desse montante, R$ 16,9 bilhões (44,9%) serão destinados para a agropecuária, dividido entre agricultura, 8,5 bilhões (22,5%) e pecuária 8,4 bilhões (22,4%). O mecanismo de fomento destina também R$ 409,5 milhões (1,1%) para o setor da agroindústria.
O Fundo é conduzido pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e pelo Banco do Nordeste (BNB), e também atende parte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. As diretrizes, orçamento e prioridades de aplicação dos recursos do FNE foram definidas pelo Conselho Deliberativo da Sudene.
Do orçamento deste ano, R$ 4,59 bilhões são destinados para Pernambuco. Entre os setores do agronegócio, a pecuária tem R$ 921 milhões de recursos, a agricultura R$ 709,1 milhões e a agroindústria será contemplada com R$ 91,9 milhões.
Incremento
De acordo com o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, de 2018 até 2022 houve um crescimento de investimentos no setor agropecuário na região Nordeste. “Saímos de uma aplicação de R$ 79 bilhões para R$ 113 bilhões, o que representa 43% de incremento entre 2018 e 2022 do montante investido na agropecuária na região Nordeste”, disse.
Ele destacou, também, a importância da agricultura familiar para o crescimento da agropecuária. Dos R$ 16,9 bilhões previstos para o setor este ano, metade desse valor será destinado para os agricultores familiares.
“A agricultura familiar é responsável por 70% do alimento que chega à mesa dos brasileiros. O setor tem uma forte capilaridade, emprega e sustenta muita gente. Por conta disso, a gente tem no nosso FNE metade desse recurso sendo destinado para a agricultura familiar”, reiterou Cabral.
O superintendente do BNB em exercício em Pernambuco, Hugo Queiroz, destacou a importância da agricultura familiar para o Estado. “A agricultura familiar representa efetivamente o comprimento da missão social do banco que é promover o desenvolvimento econômico e sustentável, contribuindo para a geração de riqueza, geração de emprego e circulação de renda no meio rural”, destacou.
No PIB pernambucano, a participação da agropecuária gira em torno de 5%. O setor é um dos responsáveis pelo resultado positivo da balança comercial pernambucana. “A gente sabe da força que tem o agronegócio, a pecuária, o que o Brasil representa hoje no mercado externo de consumo de diversos itens que compõem a questão da agropecuária”, afirmou o superintendente.
Cabe ao BNB, a operação do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). É ele que faz os recursos chegarem aos produtores de todas as áreas de atuação.
Aplicação
O Banco do Nordeste realiza o atendimento aos clientes que buscam o financiamento do FNE nas diversas agências espalhadas no Nordeste, e parte de Minas Gerais e Espírito Santo.
“No crédito de natureza rural a gente utiliza entidades parceiras que ficam responsáveis pela elaboração dos projetos nos casos dos pleitos rurais de maior valor. Para a agricultura familiar, o banco tem a parceria com o INEC (Instituto Nordeste Cidadania) que é responsável pela construção e viabilização desses projetos”, mencionou Hugo Queiroz.
Ainda de acordo com ele, em Pernambuco, a pauta de crédito rural é um tema que está sendo intensificado pelo Banco.
“Intensificamos as ações com as entidades representativas dos trabalhadores rurais, a exemplo de sindicatos, associações, e cooperativas. E também acrescentando o apoio de entidades governamentais, como o IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco)”, reiterou o superintendente no Estado.