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Com resultados afetados em 2022 por sobressaltos no agronegócio, a indústria brasileira de ráfia deu a volta por cima no ano passado, sob as condições mais estáveis para seu mercado, atesta o rastreio da Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas (Afipol). A entidade estima para o setor em 2023 produção total de 215.114 toneladas e demanda de 212.991. No exercício precedente, a produção acumulou 169.871 toneladas e demanda de 171.797. Por sua vez, os membros da entidade respondem por 65% do desempenho da manufatura da embalagem costurada. No tocante aos sacos, os associados produziram 630.9 milhões de unidades ou 54.547 toneladas no último período contra 490.6 milhões de unidades ou 42.038 toneladas em 2022. Por seu turno, a produção de big bags atingiu no ano passado 47.893 toneladas ou 27.611 milhões de unidades, degraus acima dos registros anteriores de 40.808 toneladas ou 23.468 milhões de unidades. Nesta entrevista, Eli Kattan, diretor presidente da Afipol e sócio executivo do Grupo Zaraplast, pilar nacional em flexíveis e ráfia, interpreta os indicadores da volta do balanço aos eixos.
2023 representou uma volta à relativa normalidade para o setor de ráfia, depois de um ano atípico, em que o agronegócio, ainda bastante impactado pelas incertezas geopolíticas e climáticas, utilizou a estratégia de estocagem preventiva. As empresas entraram bastante estocadas em 2022, diminuindo assim seu volume de compras durante aquele ano.
Podemos destacar o segmento de açúcar, cuja demanda cresceu em 2023 significativos 40% em sacaria e 60% em big bags, efeito principalmente do aumento da produtividade da moagem de cana no Brasil e aos revezes climáticos na Índia. Isso forçou o país a reduzir a exportação de açúcar para atender prioritariamente seu mercado interno. Por sinal, a subida no preço internacional do açúcar no último período também contribuiu para o incremento das exportações brasileiras dessa commodity em sacos e big bags.
Não, pois a capacidade instalada atual é mais do que suficiente para atender a demanda projetada para 2024.
As previsões baseadas nos números do primeiro trimestre são, realmente, de retração para o agronegócio. Entretanto, ele tem se mostrado capaz de grande resiliência e capacidade de superação, através de investimentos, pesquisas e inovação. Exemplos disso são os desenvolvimentos nos setores de trigo, açúcar, energia, farinha, farelo etc.
Em geral, a produção de grãos do Centro-Oeste não é processada na região. Por exemplo, grande parte das usinas de açúcar opera no estado de São Paulo e no Nordeste. Por sua vez, os moinhos de trigo e soja ficam nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
Acredito que algumas empresas estejam investindo na diversificação de seus negócios, mas não que exista uma tendência de verticalização generalizada por toda cadeia agrícola.
A Zona Franca realmente proporciona excelentes benefícios fiscais. Em contrapartida, eles são impactados pelas dificuldades logísticas, de energia e mão de obra especializada.
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